Domingo dia 14 , durante a manhã, faleceu de forma súbita uma emblemática figura transmontana: Monsenhor Manuel Teixeira. Missionário e historiador, deixou um vasto trabalho, que marcou decisivamente Macau, território que já esteve sob administração portuguesa e onde viveu durante 77 anos.
Faleceu na Casa de Santa Marta, em Chaves, Monsenhor Manuel Teixeira, um missionário e historiador transmontano que se destacou pelo seu vasto trabalho em Macau, para onde partiu com apenas 12 anos.
Natural de Freixo de Espada à Cinta, Monsenhor Manuel Teixeira produziu cerca de 400 trabalhos, dos quais mais de 120 são livros. A isto juntam-se ainda aproximadamente 4000 artigos publicados em revistas e jornais do Extremo Oriente.
Como religioso, o Monsenhor foi padre em Macau, mas também superior e vigário geral das missões portuguesas em Singapura e Malaca, entre 1946 e 1962. No entanto, distinguiu-se também como professor e director dos Arquivos de Macau e do Boletim do Instituto Luís de Camões.
Membro da Associação de Historiadores da Ásia, da Academia Portuguesa de História e da Academia Portuguesa da Marinha, era ainda sócio da Sociedade de Geografia de Lisboa e da Sociedade Científica Portuguesa. Era igualmente vogal do Centro de Estudos Históricos Ultramarinos e do Conselho da Universidade Oriental, bem como Doutor Honoris Causa em Letras pela mesma universidade.
Em 1974 recebeu a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique e em 1985 a Medalha de Valor atribuída pelo Presidente da República de então, o general Ramalho Eanes. Em 1989 foi condecorado pelo Presidente da República, Mário Soares, com a Comenda da Ordem Militar de S Tiago e Espada.
Contudo, em Macau, Monsenhor Manuel Teixeira não foi apenas missionário e historiador, mas também um símbolo da presença portuguesa no Oriente e uma figura incontornável daquele território. Aliás, representou não só Macau como o próprio Estado português em diversas ocasiões.
Com a transferência da administração de Macau para a República Popular da China, o Monsenhor veio para Portugal. Desde essa altura que está em Chaves, na Casa de Santa Marta, um lar gerido por uma congregação de religiosas espanholas do qual foi benfeitor.
Recorde-se ainda que, em Março de 2002, se realizou uma homenagem ao Monsenhor Manuel Teixeira que reuniu, em Chaves, os governadores civis de Vila Real e Bragança, os bispos dos mesmos distritos, autarcas e escolas da região e algumas figuras ligadas à administração de Macau.
O funeral de Monsenhor Manuel Teixeira realizou-se na Igreja Matriz de Chaves.