O jornalista Alípio de Freitas, que se destacou na luta pela liberdade e apoio aos movimentos camponeses no Brasil, morreu hoje, em Lisboa, aos 88 anos, disse à agência Lusa fonte próxima da família.
Alípio de Freitas ia ser homenageado no dia 17 de junho, num espetáculo com a participação de diversos artistas, entre os quais a filha Luanda Cozetti, a que se associou o Sindicato dos Jornalistas.
O sindicato pretendia, assim, manifestar admiração "pelo percurso de lutador do seu associado", conforme pode ler-se no 'site' da estrutura sindical.
Alípio de Freitas, que nasceu em Bragança, foi jornalista da RTP, professor universitário, padre em Portugal e revolucionário no Brasil. No Brasil, criou estruturas de apoio à população mais carenciada, deu aulas na universidade, participou em ocupação de terras, foi preso e torturado.
Esteve exilado no México, viveu em Cuba e regressou ao Brasil, onde foi dirigente do Partido Revolucionário dos Trabalhadores. Depois de uma detenção de quase 10 anos naquele país (1970-1979) escreveu o livro "Resistir é Preciso". Viajou para Moçambique, onde também apoiou os camponeses, e entrou na RTP nos anos 80, tendo permanecido na empresa até 1994.
Alípio de Freitas foi cofundador da Casa do Brasil em Lisboa e da Associação José Afonso. O corpo de Alípio de Freitas estará em câmara ardente a partir das 17:00 na Basílica da Estrela, em Lisboa.
O funeral irá realizar-se na quarta-feira, às 12:00, no Alvito, no Alentejo.
Ministro da Cultura transmite pesar pela morte de Alípio de Freitas
O ministro da Cultura manifestou hoje pesar pela morte do jornalista e professor universitário Alípio de Freitas, realçando o seu legado da luta pela liberdade.
Em comunicado, Luís Filipe Castro Mendes lembrou "o legado da luta pela Liberdade, a coragem da Resistência e o apoio a todos os movimentos pela emancipação e pela igualdade" da parte de Alípio de Freitas.
"Alípio de Freitas fez da sua vida inquieta um hino permanente de Resistência e de Revolução, em sintonia com o seu livro 'Resistir é Preciso'", salienta o ministro da Cultura, que transmitiu "sentidas condolências" à família do jornalista.
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