O presidente da Câmara de Alfândega da Fé, Eduardo Tavares, expressou hoje a expectativa de alcançar a certificação da cereja deste concelho do distrito de Bragança até à próxima feira anual, habitualmente realizada no mês de junho.
A ambição para o produto mais emblemático deste concelho tem vários anos e o processo “é moroso”, mas o autarca local acredita que este ano será possível concretizar a atribuição de Indicação Geográfica Protegida (IGP) à cereja de Alfândega da Fé.
O selo de qualidade “valorizará ainda mais a cereja” símbolo do município de Alfândega da Fé, que não é o maior produtor nacional do fruto, mas fez dele uma atração gastronómica e turística e motivo de uma feira/festa anual há 37 anos.
Esta cultura serviu também de exemplo à aposta da autarquia em fixar jovens no concelho através da agricultura, vincando hoje numa iniciativa via internet, uma webinar sobre o setor que abriu um ciclo de sessões de reflexão e contributos para a agenda 2030 de Alfândega da Fé.
Há quatro anos, o município avançou com o arrendamento de terras a jovens agricultores para plantarem pomares de cereja e foram feitos quatro investimentos que alargaram a área de produção em mais 25 hectares.
O presidente da Câmara garantiu hoje que este projeto levou outros agricultores a investirem na cultura e quer alargar o incentivo a outros culturas e projetos.
A aposta que está a ser feita no regadio no concelho ou em parcerias com municípios vizinhos, nomeadamente no Vale da Vilariça, tem o propósito de criar condições para o desenvolvimento de projetos e atrair os jovens.
Segundo o autarca há outras culturas em desenvolvimento, desde o azeite aos frutos secos, nomeadamente a castanha com o número de soutos a aumentar no concelho.
A autarquia tem apoiado o setor também no combate a doenças e pragas e com campos de investigação para “ajudar os agricultores a investir e produzir melhor”.
O secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Rui Martinho, participou também nesta webinar, indicando que “duas linhas de ação do Governo estão centradas na valorização da pequena agricultura e na agricultura familiar”.
O governante lembrou que foram aumentados os pagamentos a estas áreas, não foram aplicados rateios às zonas desfavorecidas e as ajudas agroambientais foram alargadas a jovens agricultores que estavam impedidos de se candidatar.
O Governo promete ainda apoios à criação de agrupamentos de agricultores e majorações em linhas de créditos e seguros agrícolas para a agricultura familiar.
HFI // MSP Lusa