A Câmara de Vila Real quer construir uma ponte sobre o rio Corgo destinada exclusivamente para deslocações a pé e de bicicleta, num investimento previsto de 6,9 milhões de euros, disse hoje o vereador do Urbanismo.

A ponte pedonal e ciclável está inserida no Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) de Vila Real e tem como principal objetivo, segundo Adriano Sousa, “reforçar a infraestrutura pedonal da cidade”.

“Nós queremos que Vila Real comece a ser mais vezes percorrida a pé”, afirmou à agência Lusa o vereador do pelouro do Ordenamento do Território e Urbanismo.

Com este projeto pretende-se ainda, acrescentou, aproximar o centro histórico da cidade do campus da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), atrair os estudantes universitários para o centro e, em simultâneo, dinamizar esta área numa “perspetiva de oferta de alojamento”.

A ponte vai ter um "vão de cerca de 320 de extensão" e, segundo Adriano Sousa, poderá vir a “figurar entre as pontes pedonais mais extensas em termos de construção em betão armado”.

Trata-se de uma “ponte em arco” que ligará as zonas da Vila Velha e da Meia Laranja, que terá um tabuleiro de cerca de nove metros de largura e que vai acomodar canais de circulação para os peões e para as bicicletas.

No entanto, de acordo com o responsável, a obra de arte ficará também preparada para poder vir a acolher um pequeno veículo elétrico autónomo, do tipo ‘vai-vem’.

Adriano Sousa realçou ainda o aspeto de atração turística da estrutura, já que se poderá tornar num novo lugar de fruição da paisagem das escarpas do rio Corgo.

O vereador apontou que a equipa multidisciplinar que está a desenvolver o projeto da ponte integra “dois galardoados”, nomeadamente Adão da Fonseca, que em 2018 foi distinguido com o Prémio Mundial de Engenharia Civil, e Álvaro Siza, a quem já foi atribuído o Pritzker, considerado o 'Nobel' da arquitetura.

O estudo prévio da ponte está concluído e foi aprovado pelo executivo municipal, seguindo-se as fases subsequentes até à aprovação final do projeto de execução e consequente abertura do concurso público.

“Nós estamos a fazer tudo para que, em princípio, em janeiro o projeto esteja concluído”, referiu.

Adriano Sousa disse ainda que a obra de arte tem uma estimativa orçamental de cerca de 6,9 milhões de euros, cabendo ao orçamento municipal cerca de um milhão de euros (15%).

Questionado sobre a construção de uma ponte também com características rodoviárias, o vereador disse que o “objetivo é descarbonizar a cidade”, acrescentando que a localização nunca poderia ser na mesma área e que teria de ser a autarquia a suportar a “totalidade da obra”, porque o PEDU “não financia infraestruturas rodoviárias”.

O PEDU contempla ainda a instalação de meios mecânicos, designadamente elevadores, que vão ajudar a vencer desníveis e tornar a cidade de Vila Real mais acessível.

Os elevadores, cujo investimento ronda os 750 mil euros, vão ligar o bairro dos Ferreiros até à ponte metálica e ainda entre a avenida Almeida Lucena e o Pioledo.

Adriano Sousa referiu que esta obra já foi adjudicada e se está a aguardar o visto do Tribunal de Contas.

Para a cidade está previsto um terceiro elevador que irá ligar, segundo o vereador, o parque de campismo ao novo complexo das piscinas de Codessais.

O estudo prévio do novo complexo de Codessais também já foi aprovado pelo executivo municipal. Trata-se de um projeto que tem um investimento previsto de 11 milhões de euros, provenientes do orçamento camarário.

O empreendimento será desenvolvido em três fases, a primeira das quais contempla a construção das piscinas cobertas, com dimensão olímpica, e descobertas.

“É um projeto que vai requalificar todo aquele espaço e vamos tentar também criar uma espécie de escadaria de ligação ao Corgo, para uma maior fruição do rio”, salientou.



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