Municípios do distrito de Vila Real estão a proceder à limpeza das faixas de gestão de combustível para prevenir os incêndios florestais, um trabalho que os autarcas defendem que “não pode ficar para trás” apesar da covid-19.

Devido à prorrogação do estado de emergência, o prazo para a limpeza de terrenos, que terminava a 15 de março, foi alargado até ao dia 30 de abril de 2020. Está previsto que a partir de maio a GNR inicie a fase de fiscalização da limpeza dos terrenos.

Autarquias do distrito de Vila Real como Boticas, Mondim de Basto ou Murça, estão, neste momento, a proceder aos trabalhos de limpeza dos terrenos com o objetivo de prevenirem os incêndios florestais.

Ao mesmo tempo, os autarcas apelam também aos proprietários de terrenos rurais para o cumprimento das obrigações com vista à redução dos riscos de incêndio.

Em Mondim de Basto, concelho com mais de nove mil hectares de floresta e onde predomina o pinheiro, o município está a investir 40 mil euros e prevê que os trabalhos de criação de faixas de gestão de combustível ultrapassem os 46 hectares, abrangendo troços identificados em todas as freguesias do concelho.

A presidente da Câmara, Teresa Rabiço, disse à agência Lusa que se trata de um “investimento importante para garantir a segurança e o bem-estar da população do concelho, particularmente daquela que reside em locais com risco, em caso de incêndio florestal”.

No terreno, segundo a autarca, os trabalhos decorrem de “forma mais lenta” porque as equipas de sapadores florestais têm de cumprir as distâncias de segurança por causa da covid-19.

“Não podem andar muito juntos e, por isso, andam menos no terreno, andam mais separados e o trabalho tem demorado um pouco mais”, explicou.

As operações estão a ser feitas com recurso à equipa de sapadores florestais do município, à brigada de sapadores florestais da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Ave, bem como à contratação de prestadores de serviço junto das empresas da região e por meio de transferência de verbas para as juntas de freguesia.

Em Boticas, concelho florestal do Alto Tâmega, estão no terreno a limpar a rede primária, as faixas de gestão junto às vias municipais, à zona industrial e edifícios municipais, duas brigadas de sapadores florestais da câmara municipal.

A brigada da CIM do Alto Tâmega, composta por três equipas, também esteve no município em trabalhos de limpeza.

“Estamos a trabalhar e já temos à volta de 70% feito. As equipas estão reduzidas por causa da pandemia, está a ser feito de forma mais lenta, mas não pode ficar para trás”, frisou o presidente da autarquia, Fernando Queiroga.

O autarca disse que a câmara tem sensibilizado os proprietários privados para a limpeza dos terrenos à volta das casas e armazéns e lembrou que, a partir de maio, a GNR vai começar a fazer a fiscalização.

António Marques, vice-presidente da Câmara de Murça, disse à Lusa que “é importante garantir a máxima redução de combustível possível”.

Nesse sentido, este município, em parceria com a Associação Florestal do Vale do Douro Norte, tem uma equipa de sapadores florestais a cumprir ações de silvicultura preventiva, de acordo com o plano municipal de defesa da floresta contra incêndios.

Segundo o responsável, ao longo de oito meses foram realizados trabalhos de limpeza de caminhos florestais, abertura de aceiros e estabilização de plataformas, com recurso a uma máquina de rastos (bulldozer), nas freguesias consideradas de primeira prioridade.

A autarquia efetuou “também a limpeza e beneficiação de diversos pontos de água, distribuídos pelo concelho”.

Neste momento, tem em execução uma candidatura ao Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2020) para as redes primária e secundária de faixas de gestão de combustível.

As intervenções, segundo António Marques, "ocorrem em áreas consideradas como de perigosidade de incêndio florestal muito alta", de acordo com o plano municipal.

No terreno, os trabalhadores já usam equipamentos de segurança mas estão a incrementar-se mais as medidas como, por exemplo, a desinfeção diária de carros e a jornada contínua para evitar mais deslocações dentro dos veículos.



PARTILHAR:

GNR deteve homem em flagrante por caçar com meios proibidos

Hernâni Dias indignado com a “falta de respeito e desprezo pelo Distrito de Bragança”