A Assembleia Municipal de Murça aprovou, por unanimidade, uma proposta que exige a selagem imediata e recuperação paisagística das minas de Jales, no concelho de Vila Pouca de Aguiar.

Em causa estão medições recentes que provam que as águas rio Tinhela, que atravessa o concelho de Murça e desaguam no rio Tua, têm um teor de arsénio três vezes superior ao permitido.
Para além da fauna piscícola, que outrora era rica em trutas, bogas, barbos, escalos e enguias a contaminação do rio prejudica também os banhistas que, habitualmente, utilizam as praias fluviais do concelho.
Além disso, devido à má drenagem, há infiltrações preocupantes em várias linhas de água, como a ribeira de Peliteira, que vai desaguar ao Tinhela e este, por sua vez, ao rio Tua.
As consequências começaram a aparecer após a desactivação da exploração mineira, em 1993. O abandono das galerias e escombreiras deixou para trás 300 milhões de metros cúbicos de resíduos espalhados por todo o lado, com um aspecto de "farináceo branco". Os altos valores de arsénio, aliados ao chumbo, ao cádmio, ao zinco e à prata, constituem os principais perigos para a saúde pública.
Em 1996, uma equipa do Departamento de Engenharia Biológica e Ambiental da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, iniciou um estudo com o objectivo de se implementar a florestação das zonas envolventes das minas. Os primeiros dados então apurados foram assustadores, indicando o envenenamento diário por arsénio das populações das localidades anexas à antiga exploração mineira. A situação já levoo o presidente da Junta de Freguesia de Jales a manifestar o seu descontentamento mas a selagem e a recuperação paisagística continua a marcar passo.



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