A Fundação Côa Parque vai levar a exposição “Por Este Côa Acima” ao Museu Arqueológico do Carmo, em Lisboa, no âmbito das comemorações dos 30 anos da divulgação pública da Arte Rupestre do Vale do Côa, anunciou hoje a instituição.
A abertura da exposição realiza-se no sábado, às 15:00, seguindo-se o debate “O impacto do Côa no panorama cultural português - 30 anos depois", disse à agência Lusa a presidente da Fundação Côa Parque (FCP), Aida Carvalho.
“Esta iniciativa conta com a participação de personalidades que, ao longo das últimas décadas, contribuíram ativamente para o crescimento e desenvolvimento do projeto do Côa”, indicou a responsável pela FCP, que tutela o Museu do Côa e o Parque Arqueológico.
Para Aida Carvalho, esta exposição será uma oportunidade única para refletir sobre o legado e a importância da Arte Rupestre do Côa no contexto cultural português, três décadas após a sua revelação pública.
Aida Carvalho lembrou a importância do acervo do Museu Arqueológico do Carmo, instalado nas Ruínas do Carmo, em Lisboa, e o seu papel na defesa da Arte do Côa: o museu possui peças de valor histórico, arqueológico e artístico, numa cronologia ampla que vai desde a Pré-História à época contemporânea, tendo sido, ao longo das últimas décadas, um parceiro na defesa das gravuras do Côa
“O Museu Arqueológico do Carmo serve simultaneamente como sede da Associação dos Arqueólogos Portugueses e como espaço museológico”, acrescentou Aida Carvalho.
O PAVC detém mais de mil rochas com manifestações rupestres, identificadas em mais de 80 sítios distintos, sendo predominantes as gravuras paleolíticas, executadas há cerca de 30.000 anos, cada vez mais expostas a adversidades climatéricas e geológicas.
O Parque Arqueológico do Côa foi criado em agosto de 1996. A arte do Côa foi classificada como Monumento Nacional em 1997 e, em 1998, como Património Mundial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
Como uma imensa galeria ao ar livre, o Vale do Côa apresenta mais de 1.200 rochas, distribuídas por 20 mil hectares de terreno com manifestações rupestres, sendo predominantes as gravuras paleolíticas, executadas há mais de 25.000 anos.
Descobertas recentes de manifestações posteriores permitem perceber a existência de uma continuidade entre os períodos Paleolítico e Neolítico na Arte do Côa.