Na sua primeira reunião formal, o grupo de trabalho do Museu do Douro anunciou a realização de um levantamento museológico e arquivístico e de acções culturais na região do Douro, projectos fundamentais para a instalação definitiva daquela instituição. 2005 é a data apontada para a abertura ao público, no entanto, alguns deles têm início já este mês.

A equipa técnica responsável pela instalação, na Régua, do Museu do Douro, esteve pela primeira vez reunida formalmente naquela cidade. A reunião, que decorreu no passado dia 4, serviu como pontapé de saída para a concretização dos projectos de realização de um levantamento museológico, arquivístico e de acções culturais na região do Douro. Projectos considerados "fundamentais" para a instalação definitiva daquela instituição e que vão contar com o apoio do Ministério da Cultura.

Assim, terá início em breve o levantamento do material museológico que vai integrar o espólio daquele Museu, um estudo que vai ser conduzido pela Universidade do Porto. E, segundo o professor universitário Gaspar Martins Pereira, que lidera a equipa de trabalho, vai ainda decorrer um inventário histórico das instituições responsáveis pela regulamentação do Vinho do Porto.

A instalação do Museu do Douro, que "servirá como elo de ligação entre as populações, as autarquias e o património histórico e cultural da região duriense", foi criado pela lei 125/97, aprovada por unanimidade na Assembleia da República em 9 de Outubro de 1997. A mesma Lei determina que nele sejam incorporados os fundos arquivísticos da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro e os materiais e colecções existentes noutras instituições, como a Casa do Douro e o Instituto do Vinho do Porto.

Até ao momento já foi doado ao futuro museu, em regime de depósito, o arquivo do Instituto do Vinho do Porto, e está a ser inventariado o arquivo da Real Companhia Velha, compreendendo o período entre 1756 e 1852. Todo o material recolhido ficará guardado no Arquivo Distrital do Porto, que vai também supervisionar o processo de recolha do espólio.

Gaspar Martins Pereira anunciou ainda a realização de um projecto integrado de acção cultural, que vai cobrir e envolver as autarquias e populações dos 21 concelhos da Região Demarcada do Douro. Neste âmbito serão realizados debates, exposições temporárias de pintura, fotografia e de objectos, colóquios, projecção de filmes e apresentação de roteiros. Desta acção faz também parte um concurso literário e de fotografia que vai envolver as escolas e cujo tema será o Douro.

O projecto culmina com a realização no Armazém 43, na Régua, em Março de 2003, de uma exposição-inventário sobre o futuro Museu do Douro, que servirá como mostra pública do que poderá ser o acervo daquela instituição.

O objectivo desta acção é "sensibilizar as pessoas, dos mais jovens aos mais idosos, para a protecção de um património que foi recentemente classificado pela UNESCO como pertença da humanidade".

Gaspar Pereira referiu ainda que a Direcção Geral do Património do Estado está a desenvolver conversações para a Instalação do Centro de Interpretação do Museu do Douro no actual edifício da Real Companhia Velha, situado na Avenida João Franco, também na Régua.

Quanto a datas, o professor referiu que o museu poderá estar totalmente pronto em 2005, mas alertou para o facto deste ser um "processo longo, porque é um museu que está a partir do zero". No entanto, considera que "o espólio do Museu do Douro vai representar milénios de história da região, onde há cerca de 1500 anos se fala da produção de vinho".



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