O 'Bilingue', que põe jovens surdos a sentir a música e dançar, o 'Ler debaixo da árvore' ou as leituras no 'Café Central' são alguns dos programas anunciados para 2019 pelo serviço educativo do Museu do Douro.

Sediado no Peso da Régua, o Museu do Douro desenvolve a sua atividade nos vários concelhos da Região Demarcada do Douro e propõe diversos programas para crianças, jovens e idosos.

Samuel Guimarães, responsável pelo serviço educativo, apresentou hoje as diversas iniciativas agendadas para 2019 e destacou o projeto 'Bilingue' dirigido a crianças e jovens com surdez.

"Assenta no princípio de criarmos linguagens em comum que não passam pela linguagem verbal, por isso o movimento, o teatro, a música e a dança", afirmou.

O programa passa pela realização de ateliers com 16 jovens, dos seis aos 16 anos, provenientes de vários concelhos da região e conta com o apoio do grupo de intérpretes de língua gestual do Agrupamento de Escolas João Araújo Correia, na Régua.

"Num primeiro momento vamos trabalhar com elementos de vibração, o que pode ser o som para além do som audível, a vibração sobre materiais como as peles curtidas, como é o caso das pipas e depois vamos trabalhar o movimento", salientou.

O programa finaliza em junho com uma apresentação do trabalho desenvolvido pelo grupo.

O projeto 'Filoxera' é dirigido a 15 jovens do 8.º ano do percurso curricular alternativo e consiste em ateliers de música em que os participantes são desafiados a experimentar os materiais através dos quais podem criar música.

Para os mais pequenos, o Museu do Douro propõe as oficinas do '2+1' e o 'Fronteira', no qual as crianças trabalham as áreas do som, da dança e teatro.

Em praticamente todas as localidades há um café central, que funciona como um ponto de encontro das populações. Em alguns destes espaços, como o 'Café Central' de Provesende, no concelho de Sabrosa, vão ser realizadas sessões de leitura com todos os que quiserem participar.

Este programa é acompanhado de um trabalho de vídeo e uma recolha antropológica, ou seja, como se vive naquele espaço, quem vai lá tomar café, a que horas, quais as rotinas.

O responsável elencou também a iniciativa 'Ler debaixo da árvore', que vai levar grupos de crianças do primeiro ciclo para sessões de leitura que decorram junto a árvores de referência como o plátano de Alijó ou as do Jardim do Peso, na Régua.

Samuel Guimarães disse que o serviço educativo é também dirigido aos mais velhos, salientando o trabalho que está a ser desenvolvido a nível do movimento e texto com o Lar de Idosos de Mêda e a Universidade Sénior da Régua.

"Interessa-nos mais possibilitar experiências que permitam ligar o indivíduo ao sítio onde vive e que nos faça perceber a nós, também, que sítio é este onde vivemos", salientou.

O responsável referiu que o serviço educativo recorre às redes que já existem, como o tecido associativo local, as bandas ou associações, e aposta na ideia de "fazer coisas em conjunto".



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