Um batelão com 15 metros de comprimento foi abandonado na confluência dos rios Tua e Douro junto a uma ponte ferroviária onde permanece submerso há mais de 10 anos.
Uma situação que está a preocupar o presidente da Câmara de Alijó, Joaquim Cerca, agora que com o acidente da ponte de Entre-os- Rios todas as atenções se voltaram para o estado das pontes em Portugal.
Por isso, o autarca já declarou que "o proprietário do barco irá retirar o batelão logo que o nível das águas baixe".
José Idálio, antigo pescador de 62 anos, vive junto à foz do rio Tua que ainda se lembra de quando o grande barco, que durante anos extraiu areia naquela zona, ficou abandonado junto à ponte ferroviária da linha do Douro.
Actualmente submerso pelo grande caudal que o Tua traz que o antigo pescador nunca se lembra de ter visto, o batelão não representa, segundo os moradoras da zona, nenhum perigo para a actividade piscatória turística, muito representativa naquela zona.
O presidente da Câmara de Alijó referiu que o batelão que se afundou na foz do Tua e que por lá ficou abandonado, foi matéria que "passou um pouco ao lado da autarquia".
"Nunca tomamos nenhuma iniciativa para que ele fosse retirado, talvez por falta de sensibilidade para a questão", reconheceu o autarca.
Para Joaquim Cerca o barco permaneceu ao longo dos anos no rio, "primeiro por desmazelo e depois pela incapacidade do próprio proprietário em o retirar de lá".
Segundo afirmou o autarca, a embarcação não representa qualquer perigo para a navegação do Tua, porque esta nem sequer existe, nem para a segurança da travessia do comboio sobre a ponte.
Devido às cheias que se verificaram nos últimos tempos, houve um arrastamento dos restos da embarcação para uma localização mais próxima da ponte ferroviária.
Fonte da Delegação Regional do Ambiente do Porto afirmou desconhecer a existência daquela embarcação abandonada, acrescentando que, em conjunto com a capitania do Douro, aquela instituição vai averiguar o local preciso onde se encontra o batelão e a quem cabe a responsabilidade de o retirar.
A Delegação Regional do Ambiente reconheceu que o caso deste batelão abandonado poderá ser um entre muitos outros existentes nos rios portugueses
Quem não estranha a presença da embarcação são os moradores da beira rio da localidade do Tua e até houve já quem tivesse a ideia de a aproveitar para fazer um cais turístico.
Maria Luisa Resende, também moradora da beira rio do Tua, referiu que há três anos propÎs a compra do barco para o transformar num cais turístico, mas "o proprietário nunca conseguiu retirá-lo do sítio onde ficou submerso".