Pais do jovem assassinado não avisaram as autoridades policiais e pagaram resgate. Filho foi baleado com três tiros.
Um jovem de 24 anos, filho de emigrantes da Ribeira Brava, Madeira, foi assassinado com três tiros na cabeça, na semana passada, na Venezuela. \"Ajudem-me por favor\", foram as últimas palavras que o pai de José Dennis Gómez Gómez ouviu do filho, quarta-feira, antes de deixar num local combinado com os sequestradores uma bolsa com dinheiro que lhe iria restituir a liberdade.
Apesar do resgate de 33 mil euros ter sido pago, o corpo foi encontrado na quinta-feira a boiar num canal de águas pluviais em Santa Rosalina. José Gómez tinha sido raptado no dia anterior, quando saía de casa, em Los Overos.
\"Saiu de casa para uma peixaria que tinha montado recentemente em La Victória\", disse aos jornalistas Carmen Gómez, a mãe do jovem. Logo após o rapto, os pais do jovem receberam várias chamadas telefónicas. Foi combinada a quantia e o local de entrega.
O pai de José Gómez pagou, mas os sequestradores não cumpriram com o acordado. Ao telemóvel tinham combinado deixar o jovem numa estação de serviço em Las Morochas. O resgate foi pago sem informar a polícia. Foi depois de uma noite de espera que os pais decidiram contactar as autoridades, que, nas buscas, encontraram o cadáver do jovem.
No sábado, a mesma família foi informada de que um outro membro tinha sido sequestrado na cidade de San Juan de Los Morros, a sul do Estado de Arágua.
Nos últimos meses intensificaram-se as queixas de que portugueses, árabes e chineses estão na mira dos raptores. Na maior parte das situações, os familiares evitam que a imprensa tenha conhecimento do sequestro. Há menos de um mês, uma luso-descendente de 16 anos foi sequestrada com o pai. Acabou por ser resgatada com vida pelas autoridades venezuelanas.