Valpaços é das universidades seniores mais ativas da região, mas também ali se faz sentir a crise. O número de alunos caiu bastante, mas ainda são mais de 100.
A porta entreaberta deixa ouvir as vozes afinadas. Dentro da sala, mulheres e homens impecavelmente vestidos, concentração máxima, obedecem à batuta de Adérito Silveira, que todas as quartas-feiras faz os cerca de 80 quilómetros entre Vila Real e Valpaços para ensaiar o coro da Universidade Sénior local, uma das mais ativas da região. São cerca de 120 alunos.
Já foram muitos mais, mas os tempos estão difíceis, atenta Bruno Salvador, presidente da Associação Ediscere, Vincere (Aprender, Vencer), que tutela a Universidade Sénior. \"A Câmara cedeu o espaço, dá apoio e nós também andamos sempre à procura de ajuda\", acrescenta. Os professores dão lições de borla. Os alunos pagam uma joia de 10 euros e pagam cinco ou 7,5 euros/mês por cada disciplina. \"O voluntariado é muito forte\", confirma o diretor José Freitas.
\"Passo grande parte do meu tempo aqui\", observa Manuel Terra, funcionário municipal, que integra o elenco diretivo. \"As pessoas são muito ativas\", insiste. Tão ativas que, no coro, nasceu mais uma disciplina: aulas de guitarra. Luís Carvalho, 48 anos, toca guitarra desde os oito, ensina seis alunos. Almor Magalhães, 59 anos, é um deles: \"Nunca tinha tocado guitarra, mas como gosto de música inscrevi-me logo\". A oferta letiva é vasta e inclui, este ano, ténis de mesa.
Passatempo para os seniores, mas aposta da associação para atrair jovens, de forma a criar uma equipa que possa competir. Até porque a Universidade Sénior de Valpaços não é só para os mais velhos. Também há gente nova. \"Apostamos na aprendizagem ao longo da vida. E o convívio entre gerações é importante\", diz Bruno Salvador.