O presidente da Fundação «Os Nosso Livros», de Bragança, considerou hoje «um erro de interpretação» por parte do Governo a inclusão desta instituição na lista de fundações com redução de apoios financeiros públicos, visto não receber dinheiro do Estado.
«Não faz sentido», afirmou à Lusa Jorge Nunes, reiterando que esta situação «deve corresponder a um erro de interpretação das fontes de financiamento» desta fundação.
O Governo anunciou hoje a extinção de quatro fundações e recomendou a extinção de 36 outras, tendo determinado também o corte de 100 por cento dos apoios financeiros estatais a 14 outras entidades.
O Governo determina também retirar em 30 por cento o total de apoios financeiros a 38 fundações, entre elas a Fundação «Os Nosso Livros».
Jorge Nunes, que é também presidente da Câmara de Bragança eleito pelo PSD, garantiu que a consequência desta decisão «não será nenhuma».
«A fundação não recebe subsídios», vincou, explicando que o financiamento da mesma é feito através de programas de fundos comunitários como o POPH ou de contratualizações com a Câmara Municipal.
O presidente congratulou-se por o Governo manter o estatuto de utilidade pública desta instituição, o que considerou «relevante».
A Fundação «Os Nossos Livros» foi criada há mais de 30 anos pelo fundador Águedo de Oliveira, um erudito político transmontano, natural de Torre de Moncorvo, que doou à cidade de Bragança a sua especializada biblioteca, classificada como «um dos mais valiosos acervos culturais do Norte do país».
De acordo com a apresentação feita no sítio da Internet, a fundação possui uma considerável coleção discográfica, e, correspondendo ao espírito do seu fundador, foram ampliados os meios de ação.
Em 2004, com o apoio da Câmara Municipal de Bragança, foi criado o Conservatório Municipal de Música, tendo como praticantes alvo as camadas mais jovens da população.
Além da música, a fundação apoia também outras atividades extracurriculares, nomeadamente através de uma escola de iniciação à dança e Ballet.