As distritais do Bloco de Esquerda (BE) do Porto, Vila Real e Bragança alertaram hoje que "nenhum" dos planos de modernização da linha do Douro "foi cumprido" e defenderam a "rápida adjudicação" da eletrificação até à Régua.

As coordenadoras distritais do BE emitiram um comunicado conjunto no qual referiram que as recentes queixas de operadores turísticos sobre a degradação do serviço ferroviário na linha do Douro "só vieram confirmar os alertas e as vozes das populações que, desde há anos, vêm tomando posição contra o abandono daquela ligação ferroviária pelas sucessivas administrações da CP".

Neste verão, operadoras fluviais, turistas, clientes regulares e autarquias locais alertaram para a supressão de ligações, para as carruagens apinhadas e as avarias no ar condicionado.

Após as críticas à CP, as operadoras turísticas fluviais optaram por substituir o comboio por autocarros como meio de transporte complementar ao barco.

Hoje, o BE afirmou que continua a lutar pela modernização da linha do Douro, que se estende até ao Pocinho, e defendeu que se "impõe a rápida adjudicação de obras de eletrificação e arranjo de estações até à Régua e posterior requalificação do troço ferroviário até ao Pocinho e além (Espanha)".

As distritais lembraram que o Plano "Ferrovia 2020", no seguimento do Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas 3+ (PETI 3+), prevê a conclusão, ainda em 2016, das obras de eletrificação e melhoria da sinalização até ao Marco de Canaveses, com um custo total de 14 milhões de euros.

"Mas as populações da região do Douro sabem que nenhum dos planos de modernização da linha do Douro foi cumprido. Há seis anos, o Plano Regional de Ordenamento do Território (PROT-N) até previa a eletrificação da linha até à Régua", salientaram.

O BE do Porto, Vila Real e Bragança alertou ainda que "o perigo de encerramento do troço da ferrovia até ao Pocinho é bem real".

As distritais lembraram que, em 2001 a Unesco classificou 13 concelhos do Alto Douro Vinhateiro como Património Mundial da Humanidade e que, no processo de candidatura até foi elaborado o Plano Intermunicipal de Ordenamento do Território, que previa a definição duma estratégia para a salvaguarda e gestão da paisagem cultural.

"O essencial do Douro, para além do xisto do solo, das montanhas, do rio e da força da natureza, são as pessoas. E o transporte ferroviário é um meio poderoso para garantir o desenvolvimento económico e social de toda a região", frisaram.
Lusa



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