O inquérito do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), divulgado hoje, concluiu que «não houve qualquer procedimento incorreto« por parte dos trabalhadores do hospital de Chaves no caso dos resíduos hospitalares encontrados num aterro sanitário.
Foram encontrados resíduos hospitalares no aterro sanitário de Boticas. Na altura, há cerca de duas semanas, o presidente da Câmara de Boticas, Fernando Campos, afirmou que os resíduos eram \"comprovativamente\" provenientes do hospital de Chaves.
Em resultado, a administração do CHTMAD anunciou a instauração de um \"inquérito rigoroso\" que, segundo um comunicado enviado hoje à agência Lusa, concluiu que \"não houve por parte dos trabalhadores da unidade hospitalar de Chaves qualquer procedimento incorreto\".
Do inquérito, bem como de uma inspeção feita ao aterro, \"resultou provado\" que os resíduos hospitalares ali encontrados, eram resíduos do Grupo I (equiparados a resíduos urbanos) e do Grupo II (resíduos hospitalares não perigosos), ambos \"sem necessidade de tratamento específico e, como tal, passíveis de envio no circuito municipal de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU)\".
\"Concluímos, assim, não haver razão para preocupação por parte da população de Boticas, reforçando nós, CHTMAD, a monitorização de todos os circuitos, a fim de evitar eventual erro humano\", salientou ainda o documento.
A existência de resíduos hospitalares no aterro foi revelada no dia 13 e, na altura, Fernando Campos exigiu \"logo\" a abertura de um inquérito por parte do CHTMAD.
Um dia depois, foram encontrados mais destes detritos no aterro. Na altura, o autarca explicou que um funcionário da Resinorte, entidade encarregada da gestão do aterro, estava a despejar a viatura que fez o transporte do lixo do concelho de Chaves para Boticas quando, por acaso, rebentou um saco e descobriu umas luvas.
Além das luvas, Fernando Campos frisou que o funcionário encontrou seringas, algálias e sacos de soro fisiológico com etiquetas que tinham o nome do hospital de Chaves.
Por causa desta situação, o autarca social-democrata, exigiu \"a demissão imediata\" da administração do CHTMAD, liderada por Carlos Vaz.
O inquérito feito pelo centro hospitalar não merece, segundo o presidente da Câmara de Boticas, o \"mínimo de credibilidade\".
\"A última coisa a esperar seria que o Conselho de Administração se incriminasse a si próprio pelo sucedido\", frisou.
Fernando Campos reitera a posição de que a administração do CHTMAD se deve demitir porque está a \"mascarar\" a verdade e é \"incapaz\" de tomar a atitude correta - \"assumir a incapacidade para gerir uma instituição com a dimensão do CHTMAD\".
O responsável exige que seja realizado um inquérito rigoroso que determine a proveniência e perigosidade dos resíduos encontrados no aterro, sem qualquer tipo de interferências com a investigação por parte das entidades responsáveis envolvidas.
\"Ao contrário do que referem as conclusões do mencionado relatório, no aterro foram encontrados resíduos que não pertencem ao Grupo I, como sejam algálias, frascos de soro, sacos de urina, cateteres e fraldas\", terminou.