A rede C-Network junta no Norte 15 instituições de ensino superior e comunidades intermunicipais e tem como missão reforçar a ciber-resiliência de empresas e instituições públicas desta região, foi hoje anunciado.
Os parceiros do consórcio estiveram hoje reunidos na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real, para uma primeira reunião e arranque dos trabalhos do projeto que, nesta região, é desenvolvido pelo Centro de Competências em Cibersegurança do Norte.
António Pinto, coordenador do C-Network Norte e docente do Instituto Politécnico do Porto (IPP), explicou que o objetivo é “tentar dinamizar a veia de cibersegurança das entidades”, como pequenas e médias empresas ou municípios.
“O que nós queremos fazer aqui é alertá-las para a necessidade de se prepararem para questões da cibersegurança”, frisou o responsável.
O consórcio integra todas as comunidades intermunicipais (CIM) do Norte do país, a Área Metropolitana do Porto, universidades e institutos politécnicos.
A rede de centros de competências em cibersegurança - C-Network - é um projeto financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e dinamizado pelo Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS).
Esta rede é constituída por sete centros de competências em cibersegurança instalados nas várias Regiões NUTII do país e pretende, até 2026, apoiar 2.000 entidades.
A realidade atual, segundo António Pinto, é que é recorrente empresas serem vítimas do uso criminoso das tecnologias de comunicação e informação, embora muitas vezes essas situações não sejam do conhecimento público.
“E há empresas que não estão preparadas para reagir e outras que não colocam na sua estratégia a tónica da cibersegurança, e isso é uma das lacunas que nós, enquanto centro de competência, queremos resolver”, sublinhou.
A cibersegurança, apontou, “está na moda”, mas este “não é um problema de agora”.
É que, segundo referiu, a “digitalização dos processos tem levado a que os ataques tenham cada vez um maior impacto”.
E, na sua opinião, essa vantagem da digitalização, que eliminou os processos em papel, pode ser um problema, porque, sendo alvo de um ataque informático, uma “pequena e média empresa pode ter um impacto de tal forma brutal que a leva à falência, porque pode não ter capacidade para recuperar”.
No âmbito do projeto, vão ser contratados entre 10 a 15 informáticos e, apesar do Centro de Competências em Cibersegurança do Norte ter sede no IPP, o objetivo é que nas sedes das CIM e da Área Metropolitana do Porto haja um elemento ligado ao C-Network, para um trabalho de maior proximidade com os territórios.
“Este projeto é mais voltado para o apoio ao território, às empresas e à administração pública numa ótima de consultadoria, acompanhamento na cibersegurança”, acrescentou João Pavão, docente da UTAD, universidade que acolheu o encontro e que integra o consórcio.
Na sua opinião, empresas ou instituições, “desde que tenham ligação à rede, são potenciais vítimas”.
“Mas isso é uma realidade que já está a ocorrer no terreno (…) O passo principal e mais importante de todos é a consciencialização relativamente a estes problemas”.
Para o efeito, exemplificou com os cursos que estão a ser ministrados na academia transmontana, abertos à comunidade, sobre “fundamentos básicos de cibersegurança”.
“Sem isso não há ciber-resiliência, que é o que nós procuramos”, frisou.
Na UTAD, segundo João Pavão, arrancam também, em outubro, outros cursos, um de criptologia e outro dedicado à gestão de risco.