A Câmara de Vila Real está a investir 10 milhões de euros na construção de uma nova zona empresarial, que vai recandidatar a fundos comunitários depois de perder financiamento devido à demora de um processo judicial.
“Este processo tem um atraso de um ano e meio. Já devia estar concluído. Como se sabe, a litigância em tribunal hoje é enorme, houve uma providência cautelar, essa providência para ser despachada demorou cerca de um ano e meio”, afirmou hoje o presidente da autarquia, Rui Santos.
O autarca do PS referia-se à área de acolhimento empresarial Vila Real – Polo II – zona industrial de Constantim, que está a ser construída e vai ser concretizada em duas fases, uma primeira com 34 hectares, cerca de 80 lotes e os acessos que servirão depois os cerca de 50 lotes a construir na segunda fase do projeto.
Rui Santos fez um ponto de situação sobre o empreendimento que está em curso, cujos trabalhos tiveram início no verão e onde já foram feitas desmatações e se verificam movimentações de terrenos.
O investimento na primeira fase é de 10 milhões de euros.
“Esta obra hoje podia estar a ser inaugurada, não está, está em obra, mas mais vale tarde do que nunca. Tínhamos um objetivo e é esse objetivo, com duas empreitadas, estará concluído, se tudo correr bem, até setembro do próximo ano”, referiu.
O autarca explicou que uma das empresas que participou no concurso público e que foi excluída apresentou uma providência cautelar, tendo perdido o processo tanto no Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela como no Tribunal Central Administrativo do Norte, para onde apresentou recurso.
Entretanto, o município perdeu o dinheiro da candidatura a fundos comunitários no valor de 1,5 milhões de euros, tendo já submetido uma nova candidatura de valor idêntico.
“Com esta resposta, todas as empresas que se queiram instalar em Vila Real, e que nós procuraremos ativamente que se instalem em Vila Real, terão espaço para o fazer num local absolutamente privilegiado, perto das autoestradas A24 e A4, num nó estratégico”, salientou Rui Santos.
Lembrou que esta é uma “ideia antiga”, que até teve um financiamento comunitário de 10 milhões de euros assegurado, mas que o anterior executivo social-democrata deixou cair.
“Nós conseguimos reerguer este objetivo e estamos a concretizá-lo”, frisou.
Nuno Augusto, diretor-executivo do Regia Douro Park, referiu que este foi também “um processo complicado de aquisição” de terrenos, tendo sido necessário negociar com 300 proprietários a compra de cerca de 200 parcelas de terreno.
Segundo este responsável, os lotes deverão estar disponíveis daqui a nove meses.
Nuno Augusto disse ainda que a segunda fase do projeto ainda não está orçamentada, mas perspetiva um investimento a rondar os quatro milhões de euros.
Para além da nova área, Rui Santos apontou ainda à obra de ampliação da antiga zona industrial, que já está concluída, num investimento de dois milhões de euros, mais 18 lotes e sete hectares de terreno.
“Destes, nove já estão escriturados, já foram entregues às empresas para que o mais depressa possível possam aqui iniciar a edificação dos seus espaços, essa edificação estará associada à criação de novos postos de trabalho”, frisou.
Ali, segundo Nuno Augusto, vão instalar-se empresas das áreas logística, transportes, distribuição, mecânicas e oficinas.
“Temos o exemplo de uma das maiores distribuidoras do mundo de medicamentos que aqui criou a sua localização para a distribuição de medicamentos para toda a região Norte, num investimento avultado e que criou 20 postos de trabalho”, salientou.
Rui Santos destacou a procura dos lotes por empresas de diferentes setores e realçou a concretização destes dois compromissos assumidos pelo executivo socialista: - o alargamento da atual zona industrial, que está concluído, e uma nova zona empresarial, que está em concretização.