O socialista Nuno Vaz, hoje eleito presidente do Conselho Regional do Norte, defendeu um território mais coeso, competitivo e inclusivo e classificou a regionalização como “o destino” e uma oportunidade que não se pode perder.

“Nós precisamos de todos para termos mais Norte e melhor Norte”, afirmou Nuno Vaz, também presidente da Câmara de Chaves (Vila Real), que falava em Mogadouro (Bragança), após a sua eleição para o órgão consultivo da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).

Na sua intervenção, o autarca destacou como temas centrais para o território a concretização da regionalização, a luta contra o despovoamento e defendeu que este “Norte tem que ser mais coeso, competitivo, solidário e inclusivo”.

A regionalização é, na sua perspetiva, “claramente um processo central de afirmação das regiões e também da região Norte.

“E para que isso aconteça, e independentemente da visão que nós tenhamos da necessidade ou desnecessidade de referendos, daquilo que pode ser a forma como se construa, nós não podemos perder a oportunidade”, salientou.

Na sua opinião “não importa o caminho, o que importa é o destino”.

“E, nesta perspetiva dizer-vos que o destino é a regionalização, seja ela por esta via que está equacionada e está anunciada, seja ela por outra (…) Nós temos o dever de mostrar que estamos preparados e queremos verdadeiramente a regionalização”, afirmou.

Nuno Vaz disse estar convencido de que “gerindo mais próximo” é possível “gerir melhor” e “com menos fazer mais”.

“Independentemente da vossa disposição individual, que nos concentremos neste processo de transferência de competências, de partilha, e que possamos todos, aqui, neste espaço, no Conselho Regional do Norte, com divergência, com convergência, enfim, com a abordagem que nós entendamos, mas que possamos todos estar focados na solução e não no problema”, salientou, dirigindo-se aos conselheiros.

Nuno Vaz quer que o conselho regional “seja uma voz firme, afirmativa”, capaz de esclarecer as “vantagens da regionalização e da utilidade que tem para os cidadãos”.

O autarca abordou ainda o problema do despovoamento, que afeta principalmente os concelhos do Interior.

“Não são políticas de curto prazo que irão resolver este problema, no entanto, não podemos escamotear esta situação. Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam um problema muito crítico e que pode conduzir a um outono, a um inverno demográfico, mas também a um outono/inverno económico, porque sem pessoas não há economia”, frisou.

O autarca sucede no cargo a Miguel Alves, ex-presidente da Câmara de Caminha que foi nomeado em setembro para secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, mas que se viu forçado a demitir do Governo em novembro, depois de confrontado publicamente com processos judiciais resultantes das suas atividades enquanto autarca daquele município do distrito de Viana do Castelo.

Nuno Vaz foi o primeiro subscritor da única lista candidata ao Conselho Regional do Norte, mantendo como vice-presidente António Pimentel (PSD), presidente da Câmara de Mogadouro.

António Pimentel ocupa, de novo, o cargo de vice-presidente do Conselho Regional do Norte, para o qual foi eleito a 16 de dezembro de 2021.

E esta sua reeleição significa, segundo afirmou à Lusa, que os órgãos da CCDR-N e o poder político “começam a dar sinais de abertura ao Interior e a dar passos nesse sentido”.

“Dar voz ao Interior”, sublinhou o autarca de Mogadouro.

O Conselho Regional integra os 86 presidentes de câmara do Norte e cerca de duas dezenas de organizações sociais, económicas, ambientais e científicas representativas do tecido institucional da região.



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