A Associação Palombar, em parceria com a universidade espanhola de Oviedo, instalou nove ninhos artificiais para aumentar a maior colónia de abutre-preto em Portugal, localizada no Douro Internacional, foi hoje divulgado.
“O grande objetivo da colocação de ninhos artificiais no Parque Natural do Douro Internacional (PNDI) é aumentar esta colónia de abutre-negro que é a maior em Portugal e falamos de uma espécie ameaçada. Além dos nove novos ninhos instalados, foram também reparados quatro já existentes, com o intuito de melhorar a sua estrutura e poderem ser ocupados com sucesso e segurança”, disse à Lusa José Pereira, presidente da Palombar.
Esta iniciativa surge no âmbito do projeto LIFE Aegypius return - consolidação e expansão da população de abutre-preto em Portugal e no oeste de Espanha, junta a organização não-governamental de ambiente Palombar - Conservação da Natureza e do Património Rural, em colaboração com a Dirección General de Emergencias - Cuerpo de Agentes Forestales de la Comunidad de Madrid e com investigadores da Universidade de Oviedo, em Espanha para salvar espécie de ave rupícola
“Para aumentar a probabilidade de ocupação dos ninhos, foi colocada numa árvore próxima aos nove ninhos instalados uma escultura-réplica de abutre-preto que funcionará como um chamariz para atrair novos indivíduos reprodutores para o PNDI”, explicou o biólogo.
De acordo com José Pereira, a instalação destas novas plataformas de nidificação visa atrair novos casais de abutre-preto que estão dispersos pela região transmontana para se instalarem neste território fronteiriço, tido como um verdadeiro santuário para a avifauna.
Outro dos projetos passa pela instalação de uma jaula de grandes dimensões onde serão colocados os abutres-pretos provenientes dos hospitais veterinários ou centros de recuperação para se habituarem ao habitat do Douro Internacional e aqui se fixarem.
“A construção desta jaula vai alojar até 20 aves juvenis e garantir que estão a ser construídos equipamentos locais adequados e seguros para esta espécie nidificar. Depois de um processo lento de habituação, que pode durar entre quatro a nove meses, serão devolvidos ao habitat natural”,explicou o responsável.
Na época de reprodução de 2023, esta colónia teve, pela primeira vez desde o regresso da espécie à região, em 2012, três casais a nidificar e até 2027 este projeto ibérico quer devolver à natureza na área do Douro Internacional, 20 novos abutres-pretos.
O projeto projeto LIFE Aegypius return, arrancou em setembro de 2022 e tem como objetivos principais aumentar a população de abutre-preto e melhorar o seu estado de conservação em Portugal.
Pretende, num prazo de seis anos (2022-2027), duplicar a sua população reprodutora em Portugal para que passe de 40 casais reprodutores, para 80, bem como aumentar as colónias de quatro para cinco.
Este projeto ambiental tem uma dotação financeira de 3,7 milhões de euros, comparticipados em 75% pelo Programa LIFE da União Europeia e com cofinanciamento da Viridia – Conservation in Action e pela MAVA – Foundation pour la Nature.
Envolve várias entidades nacionais e internacionais ligadas à proteção da natureza e vai continuar no terreno até 2027.
Fotografia: Pinto Moreira