Foi inaugurada na passada sexta-feira, na loja 39, no mercado municipal de Macedo de Cavaleiros, uma agência do Banco de Tempo. A iniciativa é da associação Graal, que, além de promotora a nível nacional, estabelece igualmente parcerias com as instituições que aderem ao projecto para a abertura das agências locais. Em Macedo, esse papel foi assumido pela Associação para o Desenvolvimento Integrado de Macedo de Cavaleiros (Adimac), que providenciou o arranjo das instalações, pertencentes à Câmara Municipal, entidade que também apoia esta iniciativa.

Na cerimónia de abertura, a coordenadora da Graal, Margarida Santos, descreveu algumas "virtualidades" do projecto, e realçou que nesta região poderá haver uma "grande descoberta de talentos". "Promover a colaboração entre diversas gerações da população, a integração social e o encontro de pessoas que convivem nos mesmos espaços, de modo a que estas se sintam valorizadas", foi outro dos objectivos apontados pela coordenadora. Além disso, em Trás-os-Montes há tradições comunitárias bastante arreigadas, como as conhecidas torna-jeiras, que poderão novamente tornar-se uma prática corrente.

Margarida Neto, que tem raízes no concelho, foi outro elemento da Graal que esteve presente na abertura da nova agência. Conhecendo "bem" a realidade de Trás-os-Montes, a responsável prevê que o tipo de serviços a prestar em Macedo seja semelhante a outros pontos do país. "Cada um vai oferecer o que gosta de fazer, numa lógica de troca e de entreajuda", afirma. Segundo, Margarida Neto este projecto evidencia-se também por "tentar puxar por pessoas que não são alvo de outros projectos.

Funcionamento do banco

Quem precisa de um determinado serviço, contacta a agência do Banco de Tempo. Esta informa os membros sobre o serviço pedido e quem o solicitou, e faz o registo na base de dados da agência. O nome e o contacto da pessoa que aceitou o serviço são depois fornecidos a quem o solicitou, para, entre ambos, acertarem os detalhes.

No acto da prestação do serviço deverão ser apresentados os respectivos cartões de identificação do Banco de Tempo. E, no fim, o pagamento do serviço é feito através de cheque, em função do número de horas a pagar ou a receber. O cheque é bipartido e, depois de devidamente preenchido, deverá ser dividido. Uma parte fica na posse de quem o passou, tendo recebido o serviço. A outra é entregue ao membro que prestou o serviço, e que se encarregará de o enviar à agência, para lhe ser creditado o tempo despendido, bem como descontado a quem dele usufruiu.

Aberto de segunda a quinta-feira, entre as 14h30 e as 17h00, o Banco de Tempo contava já com 25 pré-inscrições antes mesmo de entrar em funcionamento.



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