A Casa do Douro (CD) defende que «a utilização de aguardentes da região na elaboração do vinho do Porto é uma prioridade, como forma de melhorar o rendimento dos viticultores». A reivindicação surge no contexto da proposta comunitária de «estabelecer o fim das ajudas Ú destilação, o que implicará grande subida nos preços daquele produto», conforme explicou Manuel António Santos, presidente da instituição.

Ontem, numa reunião realizada na Régua, que juntou cerca de 120 representantes da lavoura e alguns autarcas da região, a CD apresentou um estudo nesse sentido, com coordenação do antigo presidente Mesquita Montes. Para os responsáveis pelo estudo, \"em regiões como a do Douro o fim das ajudas devia ser gradual, prolongando-se por um período de cinco ou dez anos, e a utilização da aguardente da região (ainda que sendo um produto neutro) seria também uma mais-valia para a qualidade e genuinidade do vinho do Porto.

No mesmo encontro, que representa um culminar de várias reuniões concelhias realizadas nos últimos meses, e que, segundo o presidente da CD, \"já juntaram mais de quatro mil viticultores\", estes apelaram ao ministro da Agricultura, Jaime Silva, e aos responsáveis do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto para que \"mostrem uma atenção especial pelo tecido social duriense envelhecido e empobrecido\".

Nas conclusões, conhecidas ao final do dia, destacam-se, ainda, a defesa da criação de uma bolsa de cartões que legalize a transacção do benefício ou quota de vinho do Porto autorizada em cada ano. Uma solução que a CD vem defendendo desde 1999, assim como um maior apoio à reconversão das vinhas, incentivando os viticultores a juntarem-se criando uma dimensão rentável, e, ainda, mais ajudas à promoção nos mercados actuais e em novos.

Os viticultores durienses também não vêem com bons olhos o arranque da vinha defendido pela Comissão Europeia, e temem que \"este arranque possa conduzir à deslocalização das plantações e à degradação da paisagem classificada como Património Mundial.



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