Os problemas da água de abastecimento público que se verificam em Trás-os-Montes e Alto Douro só ficarão resolvidos definitivamente em 2007, quando entrarem em funcionamento sete novas barragens.
Actualmente, o abastecimento é feito através de mais de 1300 captações, onde o controlo de qualidade nem sempre é eficaz, mas o objectivo é reduzir o número para 29, entre barragens existentes e em construção.
O administrador da empresa Águas de Trás-os-Montes e Alto Douro (ATMAD), Boal Paixão, adiantou, ao JN, que esse será \"o avanço mais significativo na região\", pois o actual número de captações tem uma gestão \"extremamente complexa e quase ingovernável\". A alteração vai oferecer às populações garantias de que existe \"um controlo de qualidade muito mais rigoroso\", obedecendo aos padrões europeus.
A primeira das novas barragens a ficar pronta será a de Valtorno/Mourão, em Vila Flor, provavelmente no próximo Verão, devendo as condutas adutoras e os sistemas elevatórios estar concluídos até Abril.
Serão construídas, ainda, no distrito de Bragança, as barragens de Veiguinhas (Bragança), Olgas de Arroio (Torre de Moncorvo), Ferradosa (Freixo de Espada à Cinta) e Sambade (Alfândega da Fé). Neste último caso, foi realizada uma visita ao local para constatar se existiam valores ambientais que possam criar obstáculos à construção. A ATMAD avançará com o concurso logo que seja emitida a declaração de impacto ambiental, o que \"só deverá ocorrer durante o mês de Janeiro\", disse Boal Paixão.
No distrito de Vila Real vai ser construída a barragem do Pinhão, na confluência dos concelhos de Sabrosa, Vila Real e Vila Pouca de Aguiar. A última das sete albufeiras vai nascer no concelho de Lamego.
Nos empreendimentos e respectivos sistemas adutores vão ser gastos 45 milhões de euros, comparticipados em 85% por fundos comunitários. Depois de concluídos, a região ficará com o problema de origens de água definido para um horizonte de 30 anos.
Números
3
concelhos Ficarão na confluência da barragem que vai ser construída no Pinhão: Sabrosa, Vila Real e Vila Pouca de Aguiar. A última das sete albufeiras será em Lamego, no rio Balsemão.
45
milhões Vão ser gastos nos empreendimentos e sistemas adutores, que serão comparticipados a 85% por fundos comunitários.
30
anos Depois de concluídos os trabalhos, limite de tempo para que toda a região fique com o problema de água resolvido.
500
mil habitantes Estimativa de residentes na região dentro de 30 anos e para os quais a água será suficiente para abastecimento em quantidade e qualidade.