O vice-presidente da Câmara de Vila Real disse hoje que o vento forte provocou um “número significativo” de ocorrências num curto espaço de tempo, com nove viaturas e quatro coberturas de casas danificadas.
“Tivemos um número significativo de ocorrências num curtíssimo espaço de tempo. As principais ocorrências foram quedas de árvores sobre viaturas. Até agora registam-se nove viaturas danificadas”, afirmou Alexandre Favaios, num ponto de situação pelas 12:00.
Foram atingidos oito automóveis e um autocarro.
A maior parte das ocorrência no concelho verificou-se depois das 07:00 e, de acordo com o responsável, a queda de árvores provocou o corte de algumas vias, como, por exemplo, na Avenida Aureliano Barrigas ou na Estrada Nacional 2 (EN2) ou em outras vias secundárias.
“Houve também algumas situações mais complicadas em coberturas de edifícios de natureza privada”, acrescentou, especificando que foram reportadas quatro destas ocorrências relacionadas com coberturas danificadas.
Durante a manhã, pelo concelho espalharam-se em operações de limpeza e de remoção das árvores cerca de 40 operacionais, entre elementos da Proteção Civil, das duas corporações de bombeiros do concelho (Cruz Branca e Cruz Verde), e sapadores florestais.
“Neste momento já regressou a normalidade a Vila Real, as vias estão todas transitáveis e todas as árvores removidas e a seguir iremos apurar os prejuízos e, no mais curto espaço de tempo, recuperar o que for possível recuperar”, salientou.
Dois dos carros atingidos pertencem a Alcídio Ferreira, que vive num dos bairros da cidade onde caíram árvores.
“Não contava com uma coisa destas ou não deixava lá os carros. Já moro aqui há 22 anos e nunca tinha acontecido nada disto”, referiu o proprietário, que disse que vai acionar seguro para tentar colmatar esta situação.
Uma carrinha ligeira que usa no trabalho ficou, segundo Alcídio Ferreira, “sem concerto”, já que a árvore caiu em cima do tejadilho, enquanto o automóvel sofreu danos mais ligeiros no lado direito.
Devido à previsão de ventos fortes e condições climatéricas adversas, o município de Vila Real encerrou o Parque Florestal desde as 18:30 de terça-feira e por um período de 24 horas.
A autarquia apelou ainda a um especial cuidado na circulação rodoviária e a pé junto a estruturas elevadas e árvores de grande porte.
Já hoje foi fechado o elevador que liga o bairro dos Ferreiro à ponte metálica, no centro da cidade.
No distrito de Vila Real fecharam hoje as escolas dos concelhos de Montalegre, Mondim de Basto e de Vila Pouca de Aguiar, nestes dois últimos municípios devido a falhas de eletricidade.
A maior parte das ocorrências está relacionada com a queda de árvores e registou-se a partir das 07:30, neste território, onde permanece cortada ao trânsito a Autoestrada 24 (A24), entre os nós de Vila Pouca de Aguiar e de Fortunho (Vila Real), por causa do vento forte. A via alternativa é a Estrada Nacional 2 (EN2).
Também por causa do vento, um camião com um peso de 12 toneladas, que circulava sem carga, tombou no tabuleiro do viaduto da A24, perto de Vila Pouca de Aguiar, precisamente no troço que se encontra cortado à circulação automóvel.
O condutor da viatura não sofreu ferimentos.
Neste território, também na Linha Ferroviária do Douro há, segundo a Infraestruturas de Portugal (IP), registo de árvores tombadas no troço entre Marco da Canaveses (Porto) e Peso da Régua (Vila Real), com a circulação a efetuar-se com marcha à vista em vários pontos da linha.
Fonte do comando sub-regional do Douro da Proteção Civil disse que, entre as 00:00 e as 11:00, foram contabilizadas cerca de 40 ocorrências, principalmente de quedas de árvores, mas também de algumas estruturas amovíveis, como andaimes e sinalética, “sem danos materiais”.
Também o comando sub-regional do Alto Tâmega contabiliza cerca de 40 a 45 ocorrências, a maior parte das quais relacionadas com quedas de árvores.
O estado do tempo em Portugal está a ser afetado pela tempestade Kirk.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) registou entre as 18:00 de terça-feira e as 09:00 de hoje 1.329 ocorrências relacionadas com o vento forte, a grande maioria quedas de árvores.
Em declarações à agência Lusa, José Miranda, oficial de operações da ANEPC, adiantou à Lusa “a região Norte foi a mais afetada pelo mau tempo com 988 ocorrências, sendo que o maior número 415 foi registado na Área Metropolitana no Porto com muitas quedas de árvores devido à ação do vento".