«Nunca é tarde para aprender», confessa Maria Adelaide Pires, 69 anos, que voltou aos bancos da escola depois de ter passado uma vida a ensinar, como professora do 1.º ciclo do Ensino Básico. Agora, inverteram-se os papéis, a aluna é ela na Universidade Sénior de Bragança. Após cinco meses de aulas, atesta que a experiência é \"muito boa\" e até \"alivia o stresse\".

O caso de Maria Adelaide Pires não é único, pois são muitos os seniores que frequentam aquela universidade, que já é considerada um verdadeiro caso de sucesso. Começou o ano lectivo em Janeiro com sete alunos, volvidos cinco meses é frequentada por 104 alunos. \"E já existe uma lista de espera de pré-inscrições de oito interessados\", referiu Rogério Ferreira, o director da Universidade Sénior de Bragança.

Estes números contrariaram as melhores expectativas dos responsáveis pela instituição, lançada pelo Rotary Club de Bragança, a nona em todo o país. Rogério Ferreira admitiu que chegou a estar preocupado, \"quando arrancaram as aulas a 23 de Janeiro com tão poucos inscritos - um número que estava longe daquilo que haviam estabelecido como meta - ainda pensei como vai ser?\".

No entanto, menos de cinco meses depois todas as melhores esperanças foram ultrapassadas. \"Fizemos a comparação com outras universidades, e pensamos que seria muito bom se chegássemos aos 40 ou 45 inscritos, que é mais ou menos o número de alunos da Universidade Sénior de Chaves, uma cidade semelhante a Bragança\", afirmou Rogério Ferreira. Mas os brigantinos trocaram as voltas às previsões e a adesão tem vindo a ser crescente. \"Este fluxo de pessoas era impensável\", garantiu aquele responsável.

A procura está a aumentar, o que obriga os responsáveis pela instituição de ensino a ponderar questões como o espaço físico, para as quais precisam de encontrar soluções.



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