Um casal que acolhe um menino de três anos, vai recorrer da decisão do Tribunal de Mirandela, que quer entregar a tutela de Miguel à mãe, a partir de Fevereiro, apesar dos relatórios do Instituto de Reinserção Social (IRS) valorizarem a ligação afectiva entre o casal e a criança. Há um ano, o mesmo juiz decidira a entrega ao casal.
O jovem casal não se conforma com o despacho de Novembro, que determina ainda um período de adaptação Miguel permanece com a família de acolhimento, mas nos próximos meses terá de ser conduzido a um centro de atendimento temporário, em Mirandela, para encontros de aproximação à mãe.
Miguel nasceu a 25 de Fevereiro de 2005. A mãe não tinha emprego e o casal de Mirandela decidiu ajudar, com um lugar na empresa de que são proprietários. Quando Miguel tinha sete meses \"ela entregou-nos a criança e deixou de a visitar\". A mãe nega e contra-ataca \"só agora percebi que me ajudarem apenas para ficarem com ele\".
Decisão há um ano
Quatro meses depois de terem recebido o Miguel em casa, deram conhecimento do caso à Comissão de Protecção de Menores. Em Dezembro de 2006, o tribunal decide entregar o Miguel aos cuidados do casal, mas estabelecendo um programa de visitas da mãe. Quatro meses depois, foi deliberado que essas visitas teriam de ser acompanhadas por uma psicóloga, dado que o relatório do IRS dava conta de atrasos regulares da mãe nas visitas programadas e da fraca empatia emocional entre mãe e filho. A mãe contrapõe que, \"apesar de estar pouco tempo com ele, o relacionamento é bom\". Mas reconhecer que a relação de Miguel com o casal \"é muito forte, principalmente com o padrinho\".
No passado mês de Novembro, o casal foi surpreendido com uma nova decisão do Tribunal de Mirandela, concedendo à mãe o poder paternal sobre Miguel. O casal não se conforma. \"Mais uma vez não se olha ao interesse da criança, que já tem uma ligação muito forte a nós. Trata-nos e considera-nos como pais\".
O JN sabe ainda que o pai biológico de Miguel já deu entrada com um pedido de anulação do despacho do juiz, porque também não concorda com esta decisão do tribunal.