O Chaves já está no Jamor. A equipa transmontana fez história na Figueira da Foz graças a dois golos de Edu já no prolongamento, depois de no tempo regulamentar a eliminatória com a Naval ter terminado empatada. O apuramento do Chaves é histórico por duas razões principais: é a terceira equipa de um escalão secundário e a primeira transmontana a concretizar um verdadeiro sonho, chegar à final da Taça de Portugal.
Quis o destino que fosse um jogador natural de Chaves e formado no clube a fazer história. E mais ainda: este foi o segundo jogo de Edu na presente época, o que reforça ainda mais o feito do miúdo de 19 anos, autor dos dois golos da reviravolta.
A Naval começou melhor. No final do primeiro quarto de hora, Fábio Júnior abriu o livro, com um grande golo. Um pontapé de bicicleta sem hipótese de defesa para Rui Rego - a lembrar o feito recente do portista Falcao -, digno de figurar no livro de memórias do avançado brasileiro.
Com o habitual 4x3x3, a Naval foi mostrando alguma superioridade sobre um adversário da II Liga que, a jogar em 4x4x2, sentia dificuldades para criar situações de golo. Até ao intervalo, o jogo caracterizou-se por muita disputa a meio-campo, com uma ou outra jogada de algum interesse.
Na segunda parte, a história repetiu-se: a Naval foi mais equipa, mas incapaz de criar perigo suficiente para assustar um Chaves que, com as entradas de Vítor Silva, Edu e Flávio Igor passou a ser uma equipa mais dinâmica e um bocadinho mais audaz.
Com as contas empatadas no final do tempo regulamentar - o Chaves ganhara 1-0 na primeira mão da meia-final -, houve necessidade de recorrer ao prolongamento. O trio em quem Tulipa tinha apostado acabaria por ser determinante na concretização do sonho. Na segunda parte do prolongamento, Edu agradeceu uma autêntica oferta de Camora para fazer o golo do empate e, já no último minuto, o mesmo Edu concluiu, de cabeça, uma jogada fabulosa de Flávio Igor. E era assim que o Chaves seguia em direcção ao Jamor, deixando a Naval de rastos e a chorar. Pudera.