O Boavista venceu hoje o o Desportivo de Chavespor 4-1, em jogo da 34.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado em Chaves. em que os transmontanos tiveram três jogadores expulsos.
Seba Pérez (37 minutos), Bozenik (42 e 62) e Makouta (81) marcaram os golos dos boavisteiros, enquanto Héctor Hernández (46) fez o tento dos flavienses, que viram Guima, Benny e Abbas serem expulsos aos 67, 69 e 89, respetivamente.
O Boavista fecha a I Liga 2022/23 no nono lugar, com 44 pontos, enquanto o Desportivo de Chaves ficou com a sétima posição, com 46.
I Liga/ Desportivo de Chaves – Boavista (ficha)
Chaves, Vila Real, 27 mai 2023 (Lusa) – O Boavista venceu hoje o o Desportivo de Chavespor 4-1, em jogo da 34.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado em Chaves.
Jogo no Estádio Municipal Engenheiro Manuel Branco Teixeira, em Chaves.
Desportivo de Chaves – Boavista, 1-4
Ao intervalo: 0-2.
Marcadores:
0-1, Sebastián Pérez, 37 minutos.
0-2, Bozeník, 42 minutos.
1-2, Héctor Hernández, 46 minutos.
1-3, Bozeník, 62 minutos.
1-4, Makouta, 81 minutos.
Equipas:
- Desportivo de Chaves:
Paulo Vítor, Nélson Monte (Abass Issah, 45), Ponck, Steven Vitória, Bruno Langa (Sandro Cruz, 45), Guima, João Mendes (Obiora, 65), João Correia, João Teixeira (João Pedro, 65), Benny, Héctor (Guilherme Silva, 76).
(Suplentes: Rodrigo, Luther, Sandro Cruz, Sarr, Abass Issah, Obiora, Queirós, Guilherme Silva, João Pedro).
Treinador: Vítor Campelos.
- Boavista:
João Gonçalves, Bruno Onyemaechi, Sasso, Cannon, Malheiro, Sebastián Perez (Joel Silva, 71), Makouta (Martim Tavares, 88), Mangas (Masa, 71), Ibrahima, Salvador (Berna, 85), Bozeník (Machado, 84).
(Suplentes: César, Robson Reis, Masa, Joel Silva, Vukotic, Filipe Ferreira, Martim Tavares, Berna, Machado).
Treinador: Petit.
Árbitro: Hélder Carvalho (AF Santarém).
Ação disciplinar: Cartão amarelo para Bruno Langa (19), João Teixeira (64), Benny (66 e 68), Guima (66), Sebastián Perez (67). Cartão vermelho por acumulação de amarelos para Benny (68). Cartão vermelho direto para Guima (66) e Abass Issah (89).
Assistência: 3.135 espetadores.
COMENTÁRIO:
Boavista bate Desportivo de Chaves reduzido a oito com goleada em Trás-os-Montes
O Boavista venceu hoje o Desportivo de Chaves por 4-1, em encontro da 34.ª e última jornada da I Liga portuguesa de futebol, que ficou marcado pela expulsão de três jogadores do conjunto transmontano.
Os visitantes demonstraram logo na primeira parte ao que vinham: além de dominarem o jogo, souberam tirar partido da ineficácia e cautela dos transmontanos para criar espaço, adotar uma postura de contra-ataque e agarrar as oportunidades certas na aproximação à grande área, acabando a etapa na frente do marcador, com golos de Sebastián Perez (37 minutos) e de Bozeník (42).
Já na etapa complementar, o Desportivo de Chaves regressou ao relvado com uma atitude mais pressionante e reduziu a desvantagem logo no primeiro lance, mas não conseguiu evitar o terceiro e quarto golos do Boavista, apontados por Bozeník (62) e Makouta (81).
Contudo, a segunda parte ficou marcada por protestos e tensão alta do lado dos transmontanos, que acabaram a partida reduzidos a oito elementos, com a expulsão de Guima (66), Benny (68) e Abass Issah (89).
Mas foram mesmo os visitados a registar a primeira grande oportunidade da partida, aos dez minutos, por intermédio de Benny. O avançado conduziu a bola do corredor esquerdo para o central e, já na área contrária, rematou com perigo e de olhos postos no canto superior esquerdo da baliza guardada por João Gonçalves, mas o remate passou ligeiramente acima da trave.
Os boavisteiros responderam à letra, por intermédio de Gaius Makouta (11 minutos), Ibrahima (13 e 16) e Salvador Agra (19), mas a bola teimava em não entrar na baliza de Paulo Vítor.
À meia hora de jogo, os visitados começaram a reagir e a crescer em campo, com João Correia e João Mendes a falharem quatro oportunidades flagrantes.
Do lado do Boavista, Salvador e Cannon aproveitaram os desaires dos visitados e começaram por testar Paulo Vítor, que operou duas defesas apertadas. Logo a seguir, os visitantes voltaram à recarga, com Makouta a ganhar a linha e a oferecer o golo a Sebastián Perez (37).
O segundo tento surgiu pouco depois, aos 42 minutos: após nova transição rápida dos portuenses, desta vez pela ala direita, Salvador colocou a bola no centro da grande área onde estava Bozeník, que, de cabeça, fez o golo.
Após o intervalo, o Desportivo de Chaves entrou em campo determinado em reduzir a desvantagem, acabando por marcar logo aos 46 minutos. Depois de um primeiro remate de Sandro Cruz na área do Boavista, defendido por João Gonçalves, Héctor apareceu no lugar certo à hora certa e ‘encostou’ para o golo.
Benny Sousa teve nos pés a oportunidade de empatar a partida, aos 57, mas o remate enquadrado, de fora da área, foi defendido por João Gonçalves.
Pouco depois, o Boavista voltou a estar por cima do jogo e Bozeník bisou na partida ao carimbar o terceiro tento dos visitantes (62), assistido por Camará.
O lance do golo dos boavisteiros acabou envolto em polémica e os últimos 25 minutos da partida ficaram marcados por protestos dos transmontanos devido à posição do árbitro principal, que dificultou a receção de Héctor e, consequentemente, permitiu aos visitantes recuperarem a bola que terminou no fundo das redes guardadas por Paulo Vítor.
A tensão em campo acabou por se materializar numa primeira expulsão de Guima (66), admoestado com cartão vermelho direto, e, pouco depois, na de Benny (68), por acumulação de amarelos.
Reduzido a nove jogadores, o Desportivo de Chaves acabou por sofrer o quarto golo aos 82 minutos, por intermédio de Makouta, assistido por Masaki Watai.
Os boavisteiros ainda viram um quinto golo invalidado por fora de jogo e os transmontanos perderam mais um elemento ao cair do pano, após vermelho direto para Issah Abass por agressão a Berna.
Com este triunfo, o Boavista termina a época no nono posto, com 44 pontos, enquanto o Desportivo de Chaves garantiu a sétima posição, com 46.
Declarações
Declarações após o jogo Desportivo de Chaves-Boavista (1-4) da 34.ª jornada da I Liga de futebol, disputado em Chaves:
- Vítor Campelos (Treinador do Desportivo de Chaves :
“Achque devo realçar aquilo de bom que fizemos. O [Desportivo de] Chaves fez uma época muito acima das expectativas que algumas pessoas pudessem ter no início. Creio que, durante a época, praticámos um futebol de qualidade [e] valorizámos jogadores.
Por aquilo que vimos, no final do jogo, os adeptos do [Desportivo de] Chaves estão verdadeiramente contentes com a equipa, a equipa técnica está orgulhosa daquilo que [os jogadores] fizeram, creio que a administração também está contente pela época que fizemos.
Sobre o jogo, o Boavista melhor na primeira parte. A par daquilo que aconteceu no [Estádio do] Bessa [na primeira volta], [em que] também não entrámos muito bem, mas na segunda parte estivemos sempre por cima e deu empate. Creio que [hoje], se não tivesse acontecido o terceiro golo, estávamos por cima do jogo e poderia ter tido outro desfecho.
Todos errámos e eu também erro, como é óbvio. Hoje gostava mais de fazer um balanço àquilo que foi a época, que foi fantástica para nós. Acabámos em sétimo lugar, com todo o mérito, e é isso que eu queria dizer.
[Estou] muito triste pelo resultado porque, como é óbvio, queria ganhar, queria bater o recorde de pontos que o [Desportivo de] Chaves tinha [na I Liga], que são 47 [alcançados em 2017/18] e nós acabámos com 46, mas muito contente pela época que fizemos, pela qualidade de jogo que demonstrámos.
Na palestra do início do jogo, disse aos jogadores que há coisas na nossa vida, os ‘timelines’ e que cada um deles foi parte integrante da vida dos colegas do balneário. Daqui a muitos anos, vão-se recordar de quem estava no balneário, dos jogos que fizeram.
Eu acredito muito que Deus coloca as pessoas nos lugares certos, nos momentos certos para que todos possam evoluir enquanto pessoas [e] enquanto jogadores, como é óbvio. Posso escolher os jogadores que eu quiser, dentro das possibilidades, mas vai ser Deus que vai trazer os jogadores para nós que acha que são importantes para a nossa evolução e para o nosso crescimento interior.
Aquilo que eu faço é trabalhar os jogadores que tenho e potenciar, ao máximo, as suas capacidades e qualidades. Tenho a certeza absoluta que valorizámos e potenciámos muito os jogadores que temos aqui, não só como jogadores, mas também como homens.
[Possível renovação] Tudo está em aberto. Acho que [em breve] será tomada uma decisão final, mas tudo está em aberto neste momento. Eu gosto muito de estar aqui, já criei uma relação afetiva com as pessoas de Chaves e com o clube, que é muito grande. Sinto que sou acarinhado pelas pessoas aqui.
Toda a gente sabe e eu já falei disso publicamente: todos temos sonhos, temos de acreditar que os nossos sonhos podem acontecer e vamos ver o que é que vai acontecer”.
- Petit (Treinador do Boavista):
“Foi uma boa entrada da nossa parte, uma primeira parte com muita qualidade, onde fizemos dois golos, onde criámos mais situações, consentimos poucas oportunidades ao [Desportivo de] Chaves e conseguimos tirar-lhes a bola.
Um dos pontos fortes do [Desportivo de] Chaves é o seu meio-campo e nós conseguimos boa circulação, boa chegada, não conseguimos finalizar tanto como desejaríamos, mas fizemos dois golos e acho que foi uma excelente primeira parte.
Depois na segunda parte, tinha avisado que, com a entrada, poderia haver mudanças da parte do [Desportivo de] Chaves. Sofremos logo um golo no primeiro minuto [e] a equipa estremeceu um bocadinho. Demorámos algum tempo a assentar o jogo e, a partir daí, quando assentámos, criámos logo uma situação e, depois, fizemos o 1-3. Penso que matámos [o resultado] e, a partir daí, acho que já não há jogo, nem vale a pena estar a explicar as expulsões, [mas] acabámos por fazer o 1-4.
Acho que foi uma grande primeira parte da nossa parte e nos primeiros cinco a dez minutos da segunda, tivemos algumas dificuldades.
[Balanço da época] Terminámos em nono, com os mesmos pontos do Famalicão [e] somos o quinto ataque mais concretizador do campeonato. Fazendo um balanço, poderíamos ter mais alguns pontos, poderíamos estar a lutar por outros objetivos, mas faz parte do crescimento.
A nossa aposta foi [no sentido] de valorizar jogadores, os ativos do clube, muitos jogadores da formação que temos dentro do plantel. Iniciámos a época com 33 jogadores, é muito difícil trabalhá-los todos, mas acho que a equipa foi crescendo ao longo da época, foi-se valorizando, em termos individuais e coletivos, tornando-se muito mais forte.
Quando alterámos de três centrais para dois, a equipa depois também ganhou outro conforto, ganhou qualidade no seu jogo e acho que é uma época positiva por aquilo que fizemos e pela valorização desses mesmos ativos que temos aqui dentro”.