O presidente da Câmara Municipal discursou em Sessão Solene na Sala de Atos do Teatro no dia em que se celebrou o 552º Aniversário de Bragança Cidade. O discurso decorreu no passado sábado, por volta das 14h30, perante uma plateia constituída por muitas caras conhecidas. Dada a sua relevância, o Diário de Trás-os-Montes decidiu publicar, na íntegra, as palavras proferidas por Hernâni Dias.
"Senhores Presidentes das Câmaras Municipais presentes
Senhor Vogal Executivo do Norte 2020
Senhor Primeiro Secretário da Mesa da Assembleia Municipal
Senhor Presidente do Instituto Politécnico de Bragança
Senhora e Senhores Vereadores
Senhores Presidentes das Uniões e Juntas de Freguesia
Senhoras e Senhores Membros da Assembleia Municipal
Autoridades Civis, Militares, Religiosas, das Forças de Segurança, de Socorro e da Proteção Civil
Senhores Presidentes da ACISB e do NERBA
Caros Convidados
Minhas Senhoras e meus Senhores
Comunicação Social
Começo por agradecer a presença de todos nesta sessão comemorativa dos 552 anos de elevação de Bragança a cidade, título atribuído por D. Afonso V, no ano de 1464, a pedido de D. Fernando, segundo Duque de Bragança.
Com um formato diferente, as comemorações deste ano iniciaram, pelas 9h30, com a alvorada pela Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Bragança, que percorreu as principais ruas do centro histórico.
Ainda durante a manhã, em diferentes locais da cidade, (Castelo, Jardim da Braguinha e Centro Histórico), decorreram várias animações de rua, com as três tunas académicas do IPB (RTUB, RaussTuna e Tôna Tuna), a tuna do Agrupamento de Escolas Miguel Torga, a Escola de Gaiteiros e Tocadores da Lombada e o grupo de música popular “Terra Firme”. Também os utentes e colaboradores da Unidade Hospitalar de Bragança puderam usufruir destas comemorações, através das atuações preconizadas pelos Jamfor4 e Quarteto de Flautas do Conservatório de Música e Dança de Bragança.
O hastear das bandeiras, momento que antecedeu esta cerimónia, foi ao som das magníficas vozes do Coral Brigantino, que entoaram os hinos nacional e de Bragança, este último criado pela Orquestra Fervença.
Após esta cerimónia terá lugar, na Praça da Sé, o espetáculo “Viver Bragança, 552 anos de cidade”, com atuações do coro 100 vozes do Conservatório de Música e Dança de Bragança, do grupo de Dança do Liceu XXL, do Articulado de Dança do Agrupamento de Escolas Miguel Torga, da Escola de Dança Pé de Dança e do Grupo de Dança do Clube Académico de Bragança.
No final, ao som das Bandas de Música de Bragança e de Izeda, iremos cantar os parabéns à nossa cidade e os presentes serão convidados a saborear uma fatia de bolo comemorativo confecionado pelos dez pasteleiros da cidade, que pela primeira vez se juntaram para um trabalho conjunto e de partilha, na sequência do desafio lançado pelo Município.
No total foram envolvidos 17 grupos de música e dança de Bragança, com a participação de cerca de 450 cidadãos, de várias idades.
Com este evento pretendemos, acima de tudo, envolver todos neste espírito comemorativo, com o objetivo de animar a cidade e elevar o sentimento de pertença e o orgulho brigantino, porque Todos Somos Bragança.
A todos, de forma especial e sincera, agradeço a respetiva colaboração neste dia festivo para a cidade.
Bragança, a nona cidade mais antiga de Portugal e a terceira mais inteligente, orgulha-se da sua História, da identidade de um povo destemido e guerreiro, que ao longo dos séculos marcou de forma vincada a História de Portugal, devido à sua importância geoestratégica e à ação desenvolvida por figuras e personalidades daqui oriundas.
É inquestionável que o nível de competitividade e desenvolvimento de um território é determinado pelas suas gentes, que ali vivem, trabalham e partilham ideias e vontades.
Assim, as pessoas continuarão a ser o centro da nossa atuação e o nosso lema, porque entendemos que só as pessoas têm a capacidade de criar, inovar e, por isso, permitir que um território se torne inteligente, capaz de alcançar “vantagens competitivas”, num mundo cada vez mais global e competitivo.
Neste âmbito continuaremos a prosseguir a nossa missão e a nossa atuação de mãos dadas com os cidadãos e com todas as forças vivas de Bragança, através da prossecução de projetos e ações assentes em quatro pilares estratégicos: - gestão, organização interna e relacionamento com os cidadãos; - coesão social; - desenvolvimento económico e competitividade; e por último reabilitação urbana.
Em 2015 iniciámos um novo instrumento de participação cívica: o Orçamento Participativo, com o objetivo de chamar os cidadãos a participar ativamente nas decisões do Município. Para o próximo ano pretendemos reforçar em 10,41% a verba afeta ao OP (passando de 240 mil euros para 265 mil euros), porque entendemos como fundamental o crescente e ativo envolvimento dos cidadãos na participação da vida pública.
Em dezembro de 2015, fomos ainda mais unidos. Sentimos orgulho na nossa terra. Na nossa marca. Chegámos a todo o mundo com a construção da maior árvore de Natal humana. Fomos quase quatro mil na Praça do Município, de todas as idades, desde bebés a seniores, que não deixámos de dar o nosso contributo para elevar o nome da nossa Bragança, numa noite gélida de inverno.
Na área coesão social, prosseguimos a construção de um concelho amigo das famílias, mais inclusivo, solidário e com iguais oportunidades, promovendo uma vida inteligente, através da criação e melhores condições para todos.
Nos últimos três anos reduzimos a taxa do IMI em 12,68%, sendo que para os agregados com dois ou mais descendentes acresce, ainda, uma redução de 15% e 20% respetivamente. Pela primeira vez, a partir de 2015, as famílias integradas no escalão 3 do abono de família (onde se inserem a maioria dos agregados) passaram a ser apoiadas, através da redução em 25% das despesas com livros, material escolar e refeições.
No pilar “desenvolvimento económico e competitividade” continuaremos a criar as melhores condições para a atração e fixação de empresas, apoiando iniciativas que fomentem a criação de mais riqueza e emprego, em articulação com o Brigantia Ecopark, por forma afirmar Bragança como o principal concelho exportador de Trás-os-Montes e Alto Douro, aproveitando a centralidade de Bragança no contexto ibérico.
Neste âmbito destaco o projeto de ampliação da Zona Industrial das Cantarias, cujas obras já estão adjudicadas e irão arrancar durante o primeiro semestre de 2016, permitindo a futura instalação de 46 empresas, havendo já a intenção de investimento privado nessa área empresarial de cerca de 40 milhões de euros.
Recentemente na Zona Industrial de Mós começou a laborar uma empresa italiana, que fabrica componentes para a Faurecia, prevendo-se que até 2020 sejam criados 246 postos de trabalho e seja realizado um investimento global de 3,5 milhões de euros.
Também nessa área empresarial será instalada durante este ano uma outra empresa italiana, que laborará para a Faurecia, e criará 100 postos de trabalho até 2019, num investimento de 4,80 milhões de euros.
Como é do conhecimento de todos a Faurecia – Sistemas de Escapes de Portugal, Lda é uma das melhores do grupo, está a expandir as instalações, investirá 45 milhões de euros, atualmente tem 820 colaboradores, sendo expectável a criação de mais 400 postos de trabalho.
O tecido empresarial de Bragança está a ganhar capacidade exportadora, sendo cada vez mais o número de empresas que apostam na internacionalização dos seus negócios, na criação de valor e na qualificação dos seus recursos humanos, tornando-se mais competitivas e preparadas para uma economia cada vez mais global e agressiva.
A reabilitação urbana é uma aposta deste Executivo, objetivo que norteou a criação de três Áreas de Reabilitação Urbana (ARU) definidas para Bragança: Centro Histórico, S. João de Deus e Cantarias.
Ao intervir de forma integrada nas três ARU, pretende-se contribuir para afirmar Bragança como centro polarizador de escala regional, com a concretização de obras que “devolverão” o centro histórico à cidade e o tornem o ponto número um de fruição por parte da população.
Paralelamente, ao nível interno, pretende-se consolidar a coesão de toda a Cidade, fazendo com que o Centro Histórico se volte a afirmar como elemento central do sistema urbano policêntrico que Bragança apresenta hoje em dia, com capacidade para atrair vivências urbanas qualificadas num espaço de elevado valor patrimonial e ambiental, atraindo novas atividades produtoras de emprego e residentes.
Neste âmbito está a ser preparado o Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano, com vários projetos e ações estruturantes.
Por outro lado, estão já a decorrer um conjunto de obras com vista à reabilitação de alguns edifícios em plena zona histórica de Bragança, para instalação dos Registos do Notariado de Bragança, para a 3.ª Residência de Estudantes “Domus Universitária” e para o Memorial e Centro de Documentação - Bragança Sefardita.
Com a mesma confiança e vontade de fazer mais e melhor, em prol do bem-comum e da melhoria da qualidade de vida dos nossos concidadãos, continuaremos a assumir como valor estratégico consolidar Bragança como um território inteligente, orgulhoso, criativo, dinâmico, participativo, inovador, de conhecimento, saber e cultura.
O envolvimento de todos é fundamental para a construção de um território melhor, porque micro contributos ajudam a construir macro conquistas.
Viva Portugal.
Viva Bragança."