O I Encontro dos Imaginários Tradicionais Durienses trouxe, ontem, à vila de Sabrosa a moirama, os cristãos, o rufar dos bombos e tambores, o comercio medieval, as danças arábes. Momentos de magia, que fizeram reviver a importância das civilizações europeias e muçulmanas na região duriense. A influência que tiveram no imaginário colectivo de toda uma região.

Centenas de pessoas sairam à rua para presenciarem o desfile dos personagens do \"Imaginário Colectivo\" Manifestação de raiz popular , com a presença de gaitas de fole e percussão, gigantones, zés pereiras. E até a banda da música da terra deu umas \"notas da sua graça\".

Porém, seriam os colóquio \"História, Mitos e Lendas no Imaginário do Douro\" e a \"Abertura do Espaço Imaginário\" dois dos eventos mais marcantes do encontro.

A diferença entre a memória simbólica e a memória histórica, a \" presença\" dos mouros na gíria popular, o risco de extinção dos adágios e algum cancioneiro tradicional dos trabalhos rurais , foram a \"pedra de toque\" para este colóquio que juntou o escritor e etnólogo Alexandre Parafita e o historiador e investigador Gaspar Martins Pereira.

\" Em muitas aldeias, os mouros e romanos aparecem associados simbolicamente a lendas e monumentos que, por vezes, a memória histórica desmonta\", observou Gaspar Martins Pereira, que defendeu a conservação deste domínio simbólico.

Preservar tradições

Por sua vez, Alexandre Perafita alertou para o facto \" de esta capacidade de memória correr riscos e deu exemplos \"As segadas já não são manuais , as malhadas e desfolhadas vão no mesmo caminho, bem como os rituais de morte\".

\"A sociedade moderna deve recuperar o mais depressa possível este património, a fim de evitar a sua extinção. Devem criar-se réplicas, museus e etnomuseus de espaços tradicionais para as novas gerações terem contacto com esta memória\", insistiu.

Os mouros e o povo

Estes mouros de que se fala na toponímia de algumas aldeias e outros locais não são muçulmanos. \"Longe disso. São figuras míticas criadas pelo povo, mas não relacionadas com os mouros muçulmanos\", sublinhou ainda.

Por sua vez, o presidente da Câmara de Sabrosa, Jose Marques, considerou o I Encontro dos Imaginários Durienses \"um acontecimento importante para o Douro \".

\"Temos de saber interpretar toda esta cultura, temos que a saber valorizar e perpetuar,promover e interpretar as raízes da nossa história e tentar produzir algo\", acrescentou.

Gaspar Martins Pereira, referindo-se, anda, a este encontro disse que o imaginário envolve a história , as lendas, os mitos e os ritos.

O evento contou, igualmente, com demonstrações de teatro de rua e um espectáculo de encerramento ao ar livre, intitulado o \"Terra Fértil\", de Junior Sampaio. Uma representação que envolveu o ENTREtanto Teatro e a própria população de Sabrosa.



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