"A nossa preocupação é grande. Primeiro, porque se falou na possível venda das três barragens portuguesas instaladas no Douro Internacional, tal como agora surge a possibilidade de venda das barragens do Baixo Sabor e de Foz Tua", disse hoje à Lusa Francisco Guimarães.

A preocupação do autarca de Mogadouro foi manifestada após uma reunião com representantes do Conselho de Administração da EDP na qual participou, ainda, o presidente da Câmara de Miranda do Douro.

"Durante a reunião foi adiantado muito pouco por parte da EDP sobre a possível venda [destes ativos]. Após o encontro, não vamos ficar parados, porque que há uma série de compromissos que a elétrica portuguesa tem com os municípios abrangidos por estas barragens", vincou Francisco Guimarães.

"É preciso acautelar o futuro dos trabalhadores das barragens e a gestão da água, no caso do Douro Internacional", observou o autarca.

Na semana passada, o presidente da Associação Ibérica de Municípios Ribeirinhos do Douro (AIMRD) também se mostrou "preocupado" com a possível venda das barragens portuguesas situadas no Douro Internacional à Iberdrola, qualificando a operação como "prejudicial" para a economia deste território nacional.

"Sendo o setor da energia estratégico para a economia da região de fronteira, e para o controlo do caudal do rio Douro, aquilo que nos preocupa é a intenção da vendas das barragens de Miranda do Douro, Picote (Miranda do Douro) e Bemposta (Mogadouro), que são ativos importantes para economia deste território e país", disse então Artur Nunes.

Segundo o autarca, já houve visitas às três barragens portuguesas situadas no troço internacional do rio Douro para o conhecimento do estado e das condições destes empreendimentos hidrelétricos, para uma possível venda.

"O que nos tem chegado do lado espanhol é que este negócio está bastante avançado. Já do lado português, também temos essa informação de que há avanços nesta matéria", frisou Artur Nunes.

Ao longo dos 112 quilómetros do seu troço internacional, o rio Douro tem as barragens de Miranda do Douro, Picote e Bemposta (Portugal) e Castro, Aldeadávila e Saucelle (Espanha).

Fonte oficial da EDP disse então à Lusa, que a empresa "não faz comentários sobre a venda dos ativos em curso".

"O processo está a decorrer. A empresa conta fechar o processo em curso até ao final de 2019, início de 2020", concretizou a mesma fonte, ligada à empresa elétrica portuguesa.

 

Fotografia: Direitos Reservados



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