O presidente da Sociedade Portuguesa de Hidrologia Médica e Climatologia (SPHMC) defendeu que o termalismo pode ser um “excelente campo” para a educação de saúde, área onde se deve ir “além” da prevenção.
Na abertura do Congresso Internacional de Termalismo 2019, que decorre em Chaves até sexta-feira, Pedro Cantista assinalou também que que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) não pode funcionar "excessivamente e somente" como sistema de combate à doença.
"O SNS não é um sistema nacional de doença, é um sistema nacional de saúde e a saúde é muito mais que a ausência de doença", sublinhou.
O responsável defendeu ainda que se deve ir "mais além" do que a prevenção, em atos como "a promoção de saúde, melhor prevenção, melhor tratamento, melhor reabilitação ou promoção do bem-estar físico, psíquico e social".
"O termalismo pode ser um excelente campo para a educação de saúde, dando cumprimento à literacia para a saúde", sublinhou.
O presidente da SPHMC lembrou que a água "sempre foi o centro da vida e da atividade humana" e que o termalismo português "encontrou um impulso extraordinário".
"O regresso das comparticipações aos tratamentos termais é justo socialmente e cientificamente, pois está comprovado que há realmente benefícios para a saúde", atirou, defendendo que "a saúde é muito mais que a ausência de doença".
Já o presidente da Câmara Municipal de Chaves, Nuno Vaz, alertou que a água termal é essencial, escassa e precisa, e que além da sua valorização é "tempo de falar da sua preservação".
"É preciso valorizar sim, mas temos de preservar primeiro, só podemos valorizar se tivermos esse recurso", acrescentou.
Para Nuno Vaz, não são conhecidos estudos de sustentabilidade deste recurso, desafiando concecionários, entidades públicas e privadas a "alguma reflexão".
Lembrando as possibilidades de utilização da água termal para fins terapêuticos, de bem-estar ou até na criação de energia, Nuno Vaz mostrou-se "preocupado" e defendeu que deve haver "comedimento, equilíbrio e sustentabilidade".
O autarca flaviense considera este um "recurso inestimável" e de importância para a "manutenção do estado saudável do indivíduo".
Também presente na abertura do congresso, o responsável da seção de termas da Associação Nacional de Municípios Portugueses, Pedro Mouro, destacou as termas portuguesas como "contributo para a valorização do interior".
"Todas as estancias termais estão de parabéns, as comparticipações do Serviço Nacional de Saúde foi um ponto de viragem nas estancias termais e todos temos uma responsabilidade para o futuro", atirou.
Para Pedro Mouro, é necessário que autarquias, universidade ou hotelaria continuem a trabalhar em conjunto, alertando que "cada um por si não terão futuro".
O Congresso Internacional de Termalismo 2019 decorreu em Chaves e é promovido pela Associação de Termas de Portugal e a Sociedade Portuguesa de Hidrologia Médica e Climatologia, em parceria com a Câmara Municipal de Chaves.
O evento discute temas como: tendências globais em turismo de saúde e bem-estar, desenvolvimento dos territórios termais, marketing, comercialização e tecnologia, valorização e proteção do recurso água mineral natural e medicina termal e investigação.