Um ex-gerente do bar de alterne Nick Havana (Bragança) confirmou, ontem, durante o julgamento em que é um dos arguidos, que o primeiro andar do imóvel, situado em Bragança, destinava-se à prostituição e referiu que a casa era frequentada por políticos e magistrados.
Uma declaração que levou o tribunal a perguntar ao comerciante, de 49 anos, se algum dos magistrados presentes na sala de audiências era cliente. O homem negou. A resposta ficou registada em acta.
O julgamento do maior processo dos três relacionados com as casas de alterne encerradas em Fevereiro do ano passado continuou, ontem, no Tribunal de Bragança. O caso do bar Nick Havanna é o que envolve mais arguidos - seis - e aquele para que foram arroladas mais testemunhas.
Durante a sessão, prosseguiu a audição dos arguidos, designadamente os três ex-gerentes da casa, o proprietário do imóvel e dois indivíduos acusados de cumplicidade.
O comerciante de 49 anos, que terá trabalhado no bar em 2003, explicou que foi contratado como uma espécie de segurança e para tentar melhorar o ambiente no local, que tinha sofrido uma quebra de procura após a polémica espoletada pelo movimento \"Mães de Bragança\".
Durante a sessão de ontem, procedeu-se, ainda, à leitura das declarações para memória futura das dezenas de brasileiras que trabalhavam no Nick Havana. As mulheres relataram que chegavam a Bragança via Madrid, onde as esperavam o irmão de um construtor civil, também arguido, e um taxista. Durante a viagem, eram informadas das funções que iriam desempenhar. Contaram, ainda, que as passagens custavam 3500 euros, quantia que lhes era descontada, posteriormente, daquilo que ganhavam. O julgamento prossegue, hoje e amanhã, com a audição de testemunhas.