Reunido em Lisboa de 26 a 28 de Junho passado, o plenário do Conselho das Comunidades Portuguesas – CCP dedicou 3 dias e três noites à eleição do Conselho Permanente, pondo de lado o debate sobre "as políticas relativas à emigração e às comunidades portuguesas no estrangeiro", sua função principal.
Esta eleição, foi mais um desfile de Vira Casacas mal alinhavadas, que decerto rebentarão brevemente por todas as costuras, vista a aliança de circunstância e oportunista, de dois partidos oposto no leque partidário português (PCP/PSD).
O segundo conselheiro da França, que deveria integrar o Conselho Permanente (ver Brasil e Estados-Unidos), foi imoralmente "vendido" ao Luxemburgo, numa negociata lastimável e vergonhosa.
Todos aqueles que hoje encabeçam as principais lutas na emigração (consulados, ex-militares/ex-combatentes, ensino de português…) foram excluídos dos órgãos de direcção do CCP. Em troca e perante o assombro geral, foi eleito para o Conselho Permanente, Artur Cabugueira - ex-agente da PIDE até 25 de Abril de 1974.
Os três Conselheiros da nossa associação presentes neste plenário, demonstraram que estão à altura das responsabilidades que a comunidade portuguesa de França lhes incumbiu, convocando uma Conferencia de Imprensa na Assembleia da República, para apresentarem as acções desenvolvidas pela nossa associação e exporem o processo que os primeiros 55 ex-combatentes intentaram ao estado português, contra o carácter discriminatório da lei 9/2002.
A imprensa, como de costume primou pela ausência, pois só a LUSA, a RDPI e o jornal "O Mundo Português" estiveram presentes. Já fora da conferência a RTPI entrevistou e filmou um dos nossos conselheiros (João Machado), mas até hoje ninguém viu tal reportagem. Notória foi também a ausência de muitos conselheiros da Europa, todos convidados para o efeito.
Apresentamos uma Moção ao plenário sobre a contagem do tempo de serviço militar, que foi aprovada e aclamada à unanimidade e reiteramos publicamente a nossa determinação, de que a luta continuará até que todos os ex-militares/ex-combatentes, tenham o tempo de serviço militar contado para efeitos de reforma e eventualmente bonificação, sem condições e esforço contributivo.
Nas declarações de boas intenções, o Ministro dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades, Martins da Cruz, reafirmou no plenário o que disse à nossa associação na manifestação que fizemos no dia 7 de Junho em Paris (Lusofonia/Rádio Alfa), e mais uma vez escamoteou as verdadeiras intenções do Governo, quanto ao maior abrangimento da lei 9/2002.
Neste momento crucial, a unidade é imprescindível para que a nossa luta seja vitoriosa. Estagnar o movimento num Sebastianismo cúmplice das promessas governamentais, terá por consequência uma desmobilização contraproducente. Aos que afirmam "é preciso ter calma" a nossa associação convida-os a dize-lo aos milhares de emigrantes ex-militares, espoliados e "esquecidos" pelos governos de ontem e de hoje.
ASSOCIAÇÃO DOS REFORMADOS E
DOS EX-MILITARES/EX-COMBATENTES PORTUGUESES DE FRANÇA
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