O relógio de contagem decrescente do Programa Polis de Bragança voltou a parar e o prazo de conclusão das obras foi ultrapassado pela segunda vez. Em Dezembro de 2003, expirou o primeiro prazo oficial para a conclusão das obras, iniciadas em Agosto de 2000. A autarquia decidiu dar início a nova contagem, mas os trabalhos não acompanharam o relógio.

Agora, a Câmara Municipal de Bragança decidiu que o relógio será retirado, nos próximos dias, por já não fazer sentido, uma vez que o novo prazo chegou ao fim.

José Brinquete, deputado do PCP na Assembleia Municipal, diz que o desacerto do relógio revela \"indecência e má figura\". O presidente da autarquia pensa que as obras deverão estar concluídas até ao final do ano. \"As limitações financeiras estão na origem deste atraso\", afirmou Jorge Nunes.

O Estado está em falta com mais de metade do financiamento total, que rondava os 30 milhões de euros, destinado à requalifcação do rio Fervença e da zona histórica de Bragança. \"Mesmo assim as obras têm evoluído a um ritmo aceitável\", garante o autarca.

Estes atrasos no pagamento das comparticipações acarretam custos acrescidos, que a entidade responsável pelo Programa - a Sociedade Bragança Polis, constituída pela Administração Central e pela Câmara - terá de resolver. Uma das soluções financeiras pode passar pela injecção de capital por parte dos accionistas, de modo a que as obras não parem.

Em falta está o Centro de Monotorização e Interpretação Ambiental, em fase de concurso público, e alguns arranjos na área encosta sul do castelo.

Nesta mesma semana, o distrito de Bragança também foi notícia por outras razões. De acordo com dados divulgados pelos bombeiros locais, Junho revelou-se um mês ameaçador para as florestas do distrito, tendo ardido o triplo da área em relação a igual período do ano passado.

De acordo com os números dos bombeiros, em Junho arderam no distrito, considerado como \"zona de risco\", 694 hectares, enquanto que no mesmo mês de 2003 a área devastada foi de 269 hectares.

Os bombeiros tiveram apenas de acorrer a mais cinco fogos do que os 103 registados no ano passado, mas os de 2004 tiveram maiores consequências.

Desde 1 de Janeiro, foram registados mais 80 fogos do que os 188 de igual período no ano anterior, e a área ardida mais que duplicou, passando de 378 hectares para 848.



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