Quando lhe perguntaram o que queria como compensação pelo seu ato de coragem, Aníbal Augusto Milhais, o soldado Milhões, pediu que construíssem uma escola na sua aldeia. Conheça as memórias da família do homem que recebeu a mais alta condecoração do país.
A escola de Valongo de Milhais, tal como a casa que Aníbal Augusto Milhais construiu para a mulher e os filhos, encontram-se fechadas e vazias, mas ainda servem para marcar a história deste homem que recebeu a mais alta condecoração militar do país: a Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, pela sua ação no campo de batalha.
Nesta reportagem a história do soldado Milhões durante a batalha de La Lys é lembrada pelo neto e pelo filhos, mas também pelo próprio, numa entrevista dada em 1967 à RTP.
Nesta reportagem pode ouvir as declarações de Eduardo Pinheiro, neto do “Soldado Milhões”; Mariana Rosa, nora do “Soldado Milhões” e António Milhões, filho do “Soldado Milhões”.
José Augusto Milhais foi um dos jovens mobilizados para a Flandres na I Guerra Mundial. Durante a batalha de La Liz ficou sozinho atrás das linhas alemãs onde, armado de vontade e uma metralhadora, conquistou a mais alta condecoração do país.
Durante a batalha de La Liz, que a 9 de abril de 1918 desbaratou o Corpo Expedicionário Português (CEP), o soldado Milhais ficou para trás para dar cobertura à sua unidade com uma metralhadora.
Perdido dos camaradas foi recuando sozinho, cercado pelas tropas alemãs, ocupando posições e disparando sempre que podia ou precisava. Pelo caminho deu apoio a grupos de soldados portugueses ou aliados, e salvou um oficial escocês de morrer afogado.
Quando, várias dias depois, conseguiu chegar junto das tropas portuguesas foi baptizado de soldado Milhões, tendo em conta a valentia que demonstrara.
Esta história foi contada em 1967 na RTP a Carlos Cruz, num programa que contou ainda com a presença de um outro veterano da I Guerra Mundial, o professor Hernâni Cidade.
http://ensina.rtp.pt/artigo/o-soldado-milhoes-conta-a-sua-aventura-a-rtp/
RTP