A nova escola de Saúde do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) deve começar a ser construída ainda este ano, adiantou à Lusa o presidente da instituição de ensino.

O futuro Centro para a Inovação e Qualificação em Saúde Sustentável (CIQaSS) está orçado em cerca de 10 milhões de euros, financiados com verbas próprias, mas com a possibilidade também de captar fundos comunitários, disse Orlando Rodrigues.

“É uma obra que aguardamos há muito tempo. É importante para resolver problemas estruturais e para alavancar esta parte científica do Instituto, com ligação à comunidade e para o desenvolvimento da região. Precisamos de mais investimento na saúde e para atrair profissionais”, explicou o diretor.

A empreitada vai ser lançada para concurso público internacional “o mais breve possível”, mal sejam ultrapassados os trâmites necessários.

Orlando Rodrigues espera que, apesar da complexidade deste processo, “se resolva ainda no primeiro semestre este ano” e que, deste modo, a construção possa avançar na segunda metade de 2025.

Quanto a prazos de execução, vão depender dos cadernos de encargos que forem estipulados, mas nunca deverão ser inferiores a dois anos, antecipou o presidente do IPB.

O novo edifício vai substituir a Escola Superior de Saúde, um edifício contemporâneo ao hospital de Bragança, que foi inaugurado em 1973. Aquela que era inicialmente a casa dos estudantes de Enfermagem foi projetada para 300 alunos.

Atualmente, tem mais de 2.000 estudantes, nas áreas das tecnologias da saúde e cursos onde listam também Dietética, Ciências Biomédicas, Gerontologia ou Farmácia, além de mestrados ou pós-graduações.

“É um milagre como nós conseguimos manter isso tudo nas infraestruturas que temos. (…) Fomos expandindo o que podíamos. Temos alguns pavilhões pré-fabricados que instalámos no espaço exterior da escola [de Saúde]. Grande parte das aulas decorre noutras escolas. É uma ginástica que se tem vindo a fazer”, contou à Lusa Orlando Rodrigues, dizendo ainda que, desde a integração no IPB, que esperavam conseguir instalações mais dignas.

A nova valência, que tem projeto feito e aprovado, vai nascer num terreno pertencente ao Estado, situado entre o campus do IPB e o hospital., Antiga cooperativa da batata. 

Esse terreno, em parte, já foi adquirido pelo município e doado à instituição, não obstante faltarem concluir ainda alguns pontos nesta transação.

“Este projeto está a ser feito em cooperação com a Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSNE). Tem uma parte de investigação importante, feita entre os profissionais de saúde da ULSNE e os nossos investigadores”, sublinhou Orlando Rodrigues, justificando a importância da localização escolhida, além da inserção dos alunos em contexto hospitalar.

O Conselho de Ministros aprovou no passado dia 07 de março uma resolução que autoriza o IPB “a realizar um investimento de 12 milhões de euros no contrato de empreitada da obra pública de construção das instalações do CIQaSS”.

Esta despesa é feita com “meio de receitas próprias do orçamento do IPB e, eventualmente, por fundos europeus, podendo esta instituição de ensino superior candidatar o referido investimento a financiamento proveniente da União Europeia”, lê-se na resolução.

Orlando Rodrigues explicou que esta autorização de despesa era necessária, por ser superior a 10 milhões de euros, e que nesses casos só pode ser emanada pelo Conselho de Ministros. Trata-se apenas da luz verde para gastar essa verba, não sendo a atribuição de um financiamento.

“Como é um investimento absolutamente necessário e prioritário para o Instituto, o que temos vindo a fazer nos últimos anos é, com base numa gestão muito rigorosa dos fundos que temos, conseguir colocar de lado alguns saldos que nos permitirem ter capitais próprios para alavancar essa obra”, afirmou Orlando Rodrigues. Há já uma candidatura submetida às linhas de apoio destinadas ao Norte do país, com dotação máxima de três milhões de euros, e espera-se que abram mais oportunidades em regime de overbooking, sem garantia de financiamento.

Fotografia: António Pereira



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