O presidente da Câmara de Vila Real adiantou hoje que as obras no inacabado hotel do parque avançam dentro de “três a quatro meses”, resolvendo “em definitivo” o problema deste “cancro urbanístico” na cidade.

Rui Santos afirmou que o edifício abandonado há 38 anos numa das principais avenidas da cidade, a 1.º de Maio, vai ser transformado em habitação, num projeto que dará “uma outra vida” ao centro histórico.

O imóvel devoluto foi colocado à venda por um fundo de insolvência, através de um leilão eletrónico que se realizou em julho do ano passado, e teve uma licitação máxima que ultrapassou os dois milhões de euros, tendo sido adquirido por um empresário do setor da construção civil de Bragança.

O empresário Hélder Rodrigues, contactado pela agência Lusa, confirmou que, para o hotel do parque, tem projetada habitação e referiu que, em princípio, as obras deverão começar até ao final do ano.

“É o fim de mais um cancro na cidade de Vila Real, é o fim de um longo processo de 38 anos que muitos anunciaram resolver e que temos a fundada esperança de que, dentro de três ou quatro meses, haverá, por fim, luz ao fundo do túnel”, afirmou o autarca.

Rui Santos queixou-se de “um país de muitas burocracias”, em que “tudo passa sempre por um conjunto de processos muito morosos e em que todos têm de emitir parecer”.

“É o calvário da burocracia que temos que percorrer. Temo-lo percorrido e posso hoje dizer que nos próximos três a quatro meses teremos condições para, de forma definitiva, permitir que o privado que investiu mais de dois milhões de euros naquele espaço, possa finalmente começar as obras”, frisou o presidente.

O edifício, um esqueleto de betão com vários andares, localizado junto ao parque florestal, é considerado uma das principais manchas negra de Vila Real.

O hotel representou um problema técnico-jurídico muito complicado, que envolveu herdeiros, bancos e depois um fundo de insolvência.

Em 2000, aquando do lançamento do programa Polis de Vila Real, o então ministro do Ambiente José Sócrates defendeu a implosão do edifício, sendo avançado, na altura, um investimento de um milhão de euros para este procedimento.

A ideia de Sócrates não avançou e, ao longo dos anos, a estrutura serviu de abrigo a toxicodependentes antes de ser vedado e, há cerca de 10 anos, foi anunciada a sua reconversão num hospital privado, um projeto que nunca saiu do papel.

Foto: António Pereira



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