A maioria PS na câmara de Mogadouro aprovou em reunião do executivo a prorrogação, por mais meio ano, do prazo para a conclusão das obras de requalificação do antigo Bairro Fundo Fomento, o que não agradou à oposição PSD/CDS-PP.
Na opinião dos vereadores eleitos pela coligação PSD/CDS-PP "Todos Por Mogadouro", este alargamento de 180 dias para a conclusão das obras do bairro tornou-se um hábito nas obras levadas a cabo pelo atual executivo socialista.
"Desde há oito anos a esta parte, não houve uma obra que tivesse sido concluída dentro do tempo e sem dar problemas, e dou como exemplo o Centro Interpretativo do Mundo Rural ou a Casa das Associações", disse o vereador social-democrata Daniel Ribeiro.
Para o autarca do PSD, quando há uma prorrogação de prazos, há sempre custos acrescidos, tal como vai acontecer no Bairro de Fundo Fomento de Habitação (BFFH).
Segundo dados fornecidos pelos vereadores do PSD, o valor da adjudicação das obras de requalificação do BFHM rondam os 2,8 milhões de euros (valor com IVA). A obra teve início no final de 2018.
"Em 2019, o empreiteiro faturou 415 mil euros. E até hoje está faturado, com IVA, mais de um milhão de euros. Este valor é menos de metade da obra e onde já estão incluídos, como trabalhos a mais, cerca de 20 mil euros em relação ao valor inicial da empreitada", contabilizaram os vereadores do PSD.
A coligação "Todos Por Mogadouro" garante que "há erros estruturais na empreitada e que foram identificados pelos responsáveis pelo projeto".
Para Daniel Ribeiro, esta solução para o BFHM vem transformar uma zona "nobre" da vila de Mogadouro numa espécie de "gueto” e poderia haver outras soluções para realojar as famílias que ali habitavam, a começar pela recuperação de habitações no centro histórico da vila.
Por seu lado, o presidente da câmara de Mogadouro, Francisco Guimarães, disse que "a prorrogação do prazo para a conclusão das obras do BFHM está dentro da Lei".
"A oposição tem direto à sua interpretação. Contudo, também está previsto na Lei que o empreiteiro tem direito a prolongamento da duração da empreitada", vincou o autarca eleito pelo PS.
Francisco Guimarães indicou que "se há desconformidades no projeto de execução da obra, até ao final da empreitada elas serão corrigidas".
"Todas as situações anómalas que se têm verificado, detetadas pela fiscalização, estão a ser reparadas", concretizou.
Segundo o autarca, a obra está a desenrolar-se "a bom ritmo", apesar de terem havido alguns contratempos no início.
Francisco Guimarães disse que o PSD, enquanto esteve no poder, durante 12 anos "não teve coragem de avançar com a obra" e descarta a criação de um ‘gueto'.
"Agora todos os argumentos servem para criticar uma obra para o qual o PSD não teve coragem de avançar", concluiu o autarca do PS.