É já no próximo ano que o ecocampus da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) se tornará na sede do Observatório Internacional dos Geoparques Mundiais da UNESCO, uma estrutura técnica e científica que vai monitorizar dados e divulgar boas práticas desenvolvidas naqueles territórios chancelados pela UNESCO.
“É uma honra e uma enorme responsabilidade para a UTAD, que tudo fará para prestigiar esta rede mundial da UNESCO, ela própria com espaços muito simbólicos no território nacional”, sublinha o reitor da UTAD, Emídio Gomes.
Copromovido pela Cátedra UNESCO de “Geoparques, Desenvolvimento Regional Sustentável e Estilos de Vida Saudáveis” da UTAD e pela Cátedra UNESCO de “Geoparques e Desenvolvimento Sustentável de Áreas Insulares e Costeiras” da Universidade do Egeu [Grécia], este Observatório vai recolher e processar dados sobre a gestão dos territórios distinguidos com a chancela “Geoparques Mundiais da UNESCO”.
“Este instrumento de recolha e tratamento de dados sobre a gestão e operação dos territórios designados como ‘Geoparques Mundiais da UNESCO’ incidirá essencialmente sobre as atividades promovidas e desenvolvidas nestes territórios, particularmente aquelas que dizem respeito às ‘10 principais áreas foco’, de que são exemplo os desastres naturais, as alterações climáticas ou a igualdade de género. Esta nova ferramenta permitirá disseminar os resultados essenciais das boas práticas desenvolvidas pelos Geoparques Mundiais da UNESCO, o que permitirá uma maior e melhor compreensão da importância e dos impactos desses territórios a nível global”, refere Artur Sá, coordenador da Cátedra UNESCO na UTAD e, também, membro do Conselho Executivo da Rede Global de Geoparques (GGN).
Além de funcionar como fórum para o intercâmbio de experiências, o Observatório Internacional dos Geoparques Mundiais da UNESCO apoiará a implementação de estratégias territoriais, permitindo o acesso livre a um banco de dados organizado, classificado e permanentemente atualizado de iniciativas, impactos e boas práticas que já tenham sido desenvolvidas.
“Com o trabalho realizado no Observatório, será possível demonstrar, de forma contínua e atualizada, como os Geoparques da UNESCO trabalham todos os dias para melhorar a gestão territorial e promover a redução de riscos, a inclusão social, a sustentabilidade local e a capacitação”, conclui Artur Sá.
Cátedra UNESCO em “Geoparques, Desenvolvimento Regional Sustentado e Estilos de Vida Saudáveis”
Foi na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro que nasceu a primeira Cátedra UNESCO dedicada aos geoparques, ao desenvolvimento regional sustentado e estilos de vida saudáveis. Desde 2016, esta Cátedra oferece oportunidades de formação avançada a alunos de mestrado e doutoramento em temáticas como Geoparques, Património Geológico e Geoconservação, Geoturismo, Educação para o Desenvolvimento Sustentável, Desenvolvimento Local, Dinâmica Económica e Coesão Socioterritorial e Estilos de Vida Saudáveis. Coordenada por Artur Sá, esta Cátedra conta com a colaboração de uma equipa multidisciplinar dos centros de investigação de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB), de Estudos Transdisciplinares para o Desenvolvimento (CETRAD) e de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano (CIDESD). Artur Sá é, desde meados de dezembro membro do Conselho Executivo da Global Geoparks Network (GGN), entidade que supervisiona os territórios chancelados como ‘Geoparques Mundiais da UNESCO’.
São, ainda, de destacar as cinco edições da Universidade Internacional de Verão em Geoparques, Desenvolvimento Regional Sustentado e Estilos de Vida Saudáveis, promovidas no âmbito da Cátedra, que registaram mais de 500 participantes, representando mais de 80 nacionalidades.