A cidade de Bragança vai acolher um Museu da Língua Portuguesa, o segundo projecto do género, que se propõe contar a história da língua desde o primeiro documento escrito em galaico-português, foi hoje anunciado.
O anúncio foi feito na abertura do oitavo colóquio da Lusofonia que junta, até sexta-feira, em Bragança, académicos de vários países de língua oficial portuguesa, num encontro que tem servido para debater as questões do Português no mundo.
Um dos responsáveis pela organização, Chrys Chrystello, anunciou hoje que a principal novidade do 10º encontro, dentro de dois anos, será a inauguração do \"Museu da Língua\", em Bragança.
Segundo explicou, \"é um espaço virtual que resulta da adaptação do conceito do museu da língua que existe em São Paulo, no Brasil, utilizando as novas tecnologias para viajar, através de ecrãs, ao longo da história\".
O museu terá salas temáticas com a história da Língua Portuguesa no mundo, contada através da reprodução virtual de documentos.
O projecto, assim como o encontro anual da Lusofonia, tem o apoio da Câmara de Bragança, que já disponibilizou um espaço na zona histórica da cidade para o novo museu, que passará a ser também a sede dos encontros da Lusofonia.
O \"Museu da Língua\" dará também destaque aos dialectos minoritários da região de Bragança e à segunda língua oficial de Portugal, o Mirandês, falado em Trás-os-Montes.
A história de Bragança estará também presente no novo espaço, que terá um complemento lúdico com jogos didácticos para despertar o interesse dos mais novos pela temática.
Os promotores pretendem ainda convidar regularmente personalidades para falarem dos problemas da Língua Portuguesa.
O novo acordo ortográfico é um dos temas deste ano do colóquio anual da Lusofonia que irá lembrar escritores lusófonos numa \"homenagem contra o esquecimento\".
Cristóvão de Aguiar, que lidou pessoalmente com Paulo Quintela e Miguel Torga, é o escritor convidado do colóquio, onde serão lembrados autores como Leite Vasconcelos, Agostinho da Silva e Carolina Michaelis, o brasileiro Euclides da Cunha e a galega Rosália de Castro.
Segundo a organização, este encontro conta com 47 oradores e participantes de cerca de uma dezena de países.
Este ano, o encontro conta também com participantes de países de Leste, como Bulgária e Roménia, novos mercados para onde estão a ser feitas traduções de autores portugueses.
Do programa constam ainda lançamento de livros, música, representações teatrais e sessões de poesia.