Uma onda de solidariedade nas redes sociais ajudou os produtores transmontanos de cabrito serrano a escoar toda a produção e a uma semana da Páscoa já não há mais para venda, adiantou hoje a associação da raça.

Em declarações à Lusa, o presidente da Associação Nacional de Caprinicultores de Raça Serrana (ANCRAS), Arménio Vaz, indicou que já não consegue dar mais resposta a encomendas e que os 800 cabritos que tinham já foram vendidos.

“No dia de hoje (sexta-feira) temos 3.800 emails a pedir cabrito, temos encomendas de todo o lado”, afirmou, elogiando “a grande onda de solidariedade” que permitiu este desfecho.

A 31 de março a associação lançou um apelo na página oficial, nas redes sociais, para que as pessoas fizessem a encomenda do cabrito, um prato típico da época da Páscoa, mas que devido à pandemia de covid-19 parecia que ficaria arredado da mesa dos portugueses.

“No início estávamos a ter muita dificuldade em comercializar, mas criou-se esta onda de solidariedade e já não temos mais cabrito”, contou o presidente da ANCRAS.

Nesta sexta-feira, três dias depois do primeiro anúncio, a associação colocou uma informação nas redes sociais a dar conta de que “devido à enorme quantidade de encomendas para a próxima semana”, já não responde a mais pedidos.

O cabrito da raça serrana é uma das raças autóctones do Nordeste Transmontano com a chamada DOP (Denominação de Origem Protegida).

O cabrito é embalado em vácuo e a associação garante entrega por todo o país das encomendas feitas.

A ANCRAS tem duas cooperativas para servir os cerca de 200 associados, uma que recebe os cabritos e outra, o leite.

Como disse o presidente, os associados são produtores com pequenas explorações por todo o Nordeste Transmontano. No que se refere ao cabrito, só 80 entregam à cooperativa, enquanto os restantes comercializam diretamente.

“Daqui por uns tempos”, Arménio Vaz, teme que surja outro problema de escoamento, com a venda do queijo, que a associação também produz.

Segundo disse à Lusa, a cooperativa continua a receber leite dos associados e a produzir o queijo, que ainda tem condições para guardar.

“Ainda temos capacidade para 30 dias nas câmaras de armazenamento, mais do esse tempo vai ser complicado gerir isto”, declarou.



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