Cerca de 50 operacionais e 25 viaturas foram mobilizados para transferir hoje os 53 idosos com covid-19 do lar de Vila Real para um hospital privado, na “maior operação sanitária de sempre” realizada neste concelho.
No domingo, foi detetado o primeiro utente com o novo coronavírus no Lar de Nossa Senhora das Dores, localizado no centro da cidade de Vila Real.
Ao longo da semana o número de infetados ascendeu aos 88, entre funcionários e utentes, e hoje, depois de dias de impasse, concretiza-se a evacuação da instituição particular de solidariedade social.
Os 53 utentes vão para o Trofa Saúde Hospital em Vila Real.
As duas primeiras ambulâncias que transportavam os idosos saíram do lar pelas 21:15, escoltadas por motas da polícia, dando início a uma ação que foi classificada pelo presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, como “a maior operação sanitária de sempre” no concelho.
No total, segundo informou a autarquia, foram mobilizados 50 operacionais e 25 viaturas, entre bombeiros, PSP, Cruz Vermelha Portuguesa, Exército e Proteção Civil.
Só dos bombeiros foram acionados 21 homens, 11 viaturas e dois carros de comando das duas corporações do concelho de Vila Real: Cruz Banca e Cruz Verde.
Os operacionais com contacto mais próximo com os idosos usaram os devidos equipamentos de proteção individual, como fatos, luvas, máscaras, toucas e viseiras, constatou a Lusa no local.
O Trofa Saúde, em Vila Real, disse estar a “mobilizar todos os recursos técnicos e humanos, em parceria com o Serviço Nacional de Saúde (SNS), para se constituir como o primeiro hospital privado da região a receber doentes com covid-19”.
“A nossa prioridade passa por garantir a continuidade da prestação de cuidados de saúde a estes idosos, como também evitar a propagação da infeção”, salientou em comunicado a unidade hospitalar.
Os utentes terão um acompanhamento clínico por parte das equipas do Trofa Saúde, que serão apoiados por profissionais do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD).
Rui Santos disse que, neste momento, o hospital privado está “sem ocupação”, o que “permitirá que os utentes possam lá estar durante o tempo necessário para que o lar possa ser desinfetado e recuperado”.
“O que é importante é ter os utentes em boas condições, em segurança e a serem bem tratados”, salientou.
Depois da evacuação do lar, no sábado será feita a desinfeção da instituição por uma equipa do Exército.
Os nove funcionários que saem também esta noite do lar vão para as suas casas cumprir o isolamento profilático decretado pela delegada de saúde.
Esta operação resulta, de acordo com Rui Santos, de um esforço conjunto entre o Ministério da Saúde, através do CHTMAD e do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Marão e Douro Norte, dos ministérios da Segurança Social e da Defesa, através do Exército, dos bombeiros, Cruz Vermelha Portuguesa e das forças de segurança.
Devido à cadeia de contacto identificada no Lar de Nossa Senhora das Dores, a câmara acionou na terça-feira o plano de emergência municipal.
A autarquia explicou que esta ativação decorreu essencialmente da “necessidade de aprofundar a articulação entre as várias entidades com um papel na pandemia de covid-19 e de centralizar a informação sobre todas as questões relacionadas com o combate”.
Foto: Bombeiros Cruz Verde