A GNR está a fiscalizar os lagares de azeite, numa operação nacional que visa verificar o cumprimento das normas de funcionamento, desde o licenciamento ao tratamento dos resíduos resultantes do processo de transformação das azeitonas.
A operação «Lagares de Azeite», realizada pelo Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), arrancou a 15 de novembro e termina a 31 de janeiro.
Em Vila Real, a GNR está a percorrer os 20 lagares que se encontram espalhados pelo distrito. Numa dessas ações de fiscalização, os militares foram à Cooperativa dos Olivicultores de Murça.
O capitão Eduardo Lima, chefe do SEPNA de Vila Real, explicou à agência Lusa que o objetivo foi verificar a regularidade do licenciamento deste lagar e averiguar os resíduos que são produzidos. \"Quantidades e o respetivo encaminhamento, se estão a ser devidamente encaminhados e tratados\", acrescentou.
Para José Aires, responsável pela cooperativa, as fiscalizações da GNR \"são bem-vindas\", até porque, segundo salientou, acabam por ser \"uma boa publicidade para a casa\".
Em Murça, foi feito um avultado investimento na melhoria das condições de laboração do lagar, nomeadamente no que diz respeito ao tratamento dos resíduos.
A unidade industrial foi transferida de uma zona habitacional da vila para uma área periférica e os resíduos, que antes eram depositados ao ar livre, agora são devidamente tratados, acondicionados e vendidos à indústria da refinaria.
Da produção de azeite resultam o bagaço de azeitona, os caroços, as folhas e as águas ruças, que possuem uma carga poluente 200 a 400 vezes superior ao esgoto doméstico.
No final da fiscalização, o cabo Nuno Guerra concluiu estar tudo em ordem em Murça. \"Estava tudo bem acondicionado e tudo estava limpo\", frisou.
O guarda lembrou a \"transformação brutal\" que ocorreu neste tipo de indústria nos últimos anos, salientando que se tem verificado um maior cuidado ambiental, o que justifica também pela \"repressão das coimas\", que \"são muito pesadas\".
E, desde que foi lançada a operação há alguns anos, segundo Eduardo Lima, a GNR \"tem verificado que as irregularidades detetadas têm vindo a ser corrigidas e que há um mais correto encaminhamento dos resíduos\".
Na fiscalização feita na campanha anterior, a GNR levantou três autos de contraordenação no distrito, dois por falta de licenciamento e um por derrame de óleos.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), estavam em laboração no país 1.125 lagares em 1995, alguns dos quais encerraram devido às exigências da União Europeia relativamente ao licenciamento e às novas exigências ambientais.
Em 2011, estavam em funcionamento 527 destas unidades industriais.
Paralelamente à operação \"Lagares de Azeite\", a GNR tem também em curso a ação \"Azeitona Segura\", que visa o reforço do patrulhamento de proximidade nas explorações agrícolas de todo o país em que decorrem as campanhas da azeitona.
Lançada pelo Destacamento de Moura, esta operação foi este ano alastrada a todo o país.
Eduardo Lima referiu que, em Vila Real, \"não há histórico de furtos de azeitona\", mas salientou que a ação visa precisamente \"evitar que eles possam acontecer\".