Nem sinal de Pedro Dias. A operação policial levada a cabo ao longo da noite desta quarta-feira pelos militares da GNR e pela Polícia Judiciária na região de Vila Real terá terminado sem qualquer indício de onde poderá encontrar-se o principal suspeito dos crimes de Aguiar da Beira.
De acordo com o Jornal de Notícias, as verificações feitas pelas autoridades no terreno não confirmaram a presença de Dias na zona de Carro Queimado, aldeia onde abandonou no domingo o carro que usou para fugir de Arouca, de onde é natural, para Vila Real. A GNR já começou a dispersão mas, segundo o jornal, irá manter ações de patrulhamento.
Os militares da GNR e a Polícia Judiciária iniciaram ao início da noite desta quarta-feira uma operação policial em busca de Pedro Dias, procurado há uma semana por ter matado duas pessoas e ferido outras cinco. Depois de terem cercado a aldeia de Gache, em Vila Real, as autoridades concentraram-se em Ludares, segundo informações avançadas pelo Jornal de Notícias.
A operação noturna foi iniciada depois de a GNR ter recebido novos dados, “muito credíveis”, sobre o paradeiro do suspeito, que estará escondido na região. A detenção de Pedro Dias pode estar iminente, avança o Jornal de Notícias. No local está o Grupo de Intervenção da GNR, agentes de Operações Especiais, investigadores criminais, negociadores, equipas cinotécnicas e carros patrulha.
De acordo com a Agência Lusa, os militares começaram a movimentar-se por volta das 19h, altura em que deixaram a aldeia de Carro Queimado, seguindo para Assento, São Martinho de Anta e Ludares, onde estão agora concentrados. Um jornalista da TVI 24 no local dá conta da movimentação de vários carros descaracterizados da GNR entre as localidades de Gache, Ludares e Carro Queimado.
Pedro Dias é suspeito de matar um militar e um civil em Aguiar da Beira e de ter causado ferimentos a outras duas pessoas, uma delas também militar da GNR. Dias é procurado desde dia 11 de outubro.
Na fuga, Pedro Dias terá sido já localizado em Arouca, distrito de Aveiro, de onde é oriunda a sua família, e na zona de São Pedro do Sul, onde um militar da GNR se terá baleado a si próprio, numa queda. No domingo, uma patrulha também terá localizado o suspeito em Vila Real, mas o homem acabou por conseguir novamente fugir.
Em Arouca, o homem também terá sequestrado duas pessoas, causando-lhes igualmente alguns ferimentos. Na terça-feira, as autoridades cercaram a aldeia de Assento, perto de Carro Queimado, depois de relatos que davam conta que Pedro Dias se encontrava na zona.
GNR fez buscas em quinta de amigo de Pedro Dias
A operação desta noite acontece depois de a GNR ter realizou buscas, ao início da tarde desta quarta-feira, na Quinta da Gregoça, na vila de Sabrosa, onde vive um amigo de Pedro Dias. À Agência Lusa, o proprietário da quinta admitiu, porém, que não vê o amigo há seis ou sete anos.
“Desde que ele foi para África do Sul, isto há seis ou sete anos, que não o vejo. Apenas falo com ele ao telefone, três a quatro vezes por ano. Aliás, nem sabia que ele tinha tido um bebé”, contou, acrescentando que desde que aconteceram os crimes em Aguiar da Beira que a GNR já o visitou várias vezes, tendo inclusive já sido interrogado. “Nunca apreenderam nada, como é óbvio.”
O proprietário, que conheceu o suspeito há 15 ou 20 anos por intermédio de um colega, tentou ligar a Pedro Dias no dia em que soube dos crimes. Dias, porém, tinha o telemóvel desligado. “Como é lógico, se o visse nunca o ia ajudar, mas fazia tudo por tudo para que ele se entregasse”, garantiu. “Que saiba, não tem outros conhecidos aqui na região”.
As autoridades têm mantido um forte dispositivo no terreno, centrando atenções na zona de Vila Real, disse à Agência Lusa o responsável pelas relações públicas da GNR, o Major Marco Cruz.
Lusa