A agência Lusa noticiou esta tarde que um trabalhador ficou hoje ferido na construção da ponte internacional de Quintanilha, Bragança, poucos meses apÎs o início da obra que as inspecções do trabalho de Portugal e Espanha pretendiam que fosse «exemplar».
O acidente ocorreu por volta das 16h30 quando o trabalhador de caiu da »altura de quatro a cinco metros», segundo disse o comandante dos bombeiros de Bragança, José Fernandes.
De acordo com o comandante, o trabalhador, com cerca de 30 anos, tem apenas uma fractura num braço.
O sinistrado encontrava-se a trabalhar num dos pilares da ponte, na margem espanhola do rio Maças, o curso de água que delimita a fronteira, no nordeste Transmontano. O delegado distrital da Inspecção-geral do Trabalho, Rui Arrifana, disse não ter tido ainda conhecimento oficial do acidente, dada a inexistência de vítimas mortais. Este acidente ocorre poucos meses apÎs o início dos trabalhos da construção da ponte que envolve pela primeira vez uma fiscalização conjunta das inspecções do trabalho de Portugal e Espanha.
Em Maio, responsáveis pelos organismos dos dois países divulgaram a iniciativa, manifestando o desejo de poder apresentar esta obra, não só como um projecto de cooperação inédito numa Europa sem fronteiras, mas como um exemplo positivo na construção civil. O acidente de hoje servirá para as duas entidades testarem alguns dos aspectos jurídicos que pretendem estudar e concertar com esta experiência.
Embora a legislação seja idêntica nos dois países, a questão do território pode tornar os processos complexos, sobretudo quando envolvem vítimas mortais. O acidente de hoje ocorreu em território espanhol, onde se desenvolvem 80 por cento dos trabalhos previstos.
A queda em altura tem sido apontada pelas inspecções dos dois países como um dos principais riscos, devido aos oito pilares que suportam a ponte, sete dos quais em Espanha. Os trabalhos, com o prazo de execução de dois anos, ainda estão confinados aos pilares com menor altura, embora estejam previstas estruturas com 45 metros.
A obra, com um custo de 16,5 milhões de euros, irá envolver no auge dos trabalhos cerca de 200 trabalhadores e corresponde ao último troço do itinerário principal IP4, ligando, passados mais de 20 anos do início da sua construção, o litoral, no Porto, à fronteira, em Bragança.
