A coligação PSD/CDS-PP de Vinhais reclamou hoje “medidas massivas” de combate à vespa das galhas do castanheiro por considerar insuficiente o esforço local contra a praga que afeta um dos maiores produtores portugueses de castanha.

O concelho de Vinhais, em Trás-os-Montes, é um dos mais afetados pela praga e também o que tem o maior número de largadas do único meio de combate, um parasitóide, com resultados que estão a “entusiasmar” técnicos e produtores.

Os resultados não deixam “tranquila” a coligação PSD/CDS-PP “É tempo de mudar Vinhais”, como refere em comunicado distribuído à imprensa, no qual anuncia que vai “sensibilizar” o Presidente da República e o ministro da Agricultura para esta questão.

A tomada de posição conjunta subscrita pelos presidentes das concelhias do PSD, Carlos Almendra, e do CDS-PP, Filipe Garcia, é justificada pela “dimensão incontrolada do problema e a importância estratégica e económica da produção de castanha para o concelho e para toda a região”.

As concelhias explicam que solicitaram, através dos vereadores dos respetivos partidos, um agendamento para discussão e esclarecimentos técnicos em reunião da Câmara liderada pelo PS.

“Os esclarecimentos e explicações apresentadas estão muito longe de nos tranquilizar, pese embora o enorme esforço e conhecimento técnico”, referem.

A oposição lembra ainda que já expôs a situação aos deputados do PSD e CDS-PP na Assembleia da República, “a fim de serem desencadeados todos os mecanismos que permitam que sejam tomadas medidas massivas e eficazes de combate a esta adversidade, equacionando-se até a declaração da situação de calamidade pública”.

Esta posição surge depois de terem sido realizadas, este ano, no concelho de Vinhais 150 largadas do parasitóide, um inseto, que mata a vespa, impedindo o seu desenvolvimento e consequências visíveis nos ramos secos que deixa.

A luta biológica é feita na primavera e já foi realizada em anos anteriores, tendo sido feito o primeiro balanço, em fevereiro de 2019.

Os primeiros resultados indicam que será possível controlar a praga em “cinco, seis anos” nos soutos tratados e a expectativa deixou os produtores “entusiasmados”.

O plano de combate está a ser desenvolvimento por uma equipa de investigadores do Instituto Politécnico de Bragança em parceria com este e outros municípios de Trás-os-Montes, assim como organizações do setor.

Segundo os dados divulgados, o inseto que está a combater a praga já está a reproduzir-se naturalmente com taxas de instalação superiores a 80%.

Com base nos resultados das amostras analisadas e nos estudos internacionais sobre outros países com o problema da vespa, o responsável pela equipa Albino Bento acredita que “nos soutos onde foram feitas as largadas, em cinco, seis anos é possível aniquilar a praga”.

Ainda assim, alerta que haverá impactos na produção, que ainda não são visíveis, mas que nos próximos anos, mesmo a correr bem, a região terá “três, quatro anos com alguns prejuízos”.

A vespa das galhas do castanheiro foi detetada nesta região, que é maior produtora portuguesa de castanha, em 2015, e em 2018 foram feitas as primeiras largadas do parasitóide com que está a ser feita a luta biológica para evitar quebras avultadas na produção de castanha como aconteceu em países como a Itália.

O presidente da Arbórea, a associação florestal que representa os produtores, Abel Pereira, afirmou que está “agora menos preocupado”, mesmo antecipando que nos próximos anos os efeitos da praga se traduzam em “quebras na produção”.



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