A Câmara de Mirandela tem para 2023 um orçamento de 45,7 milhões de euros, menos dinheiro que em 2022 e um aumento previsto da despesa devido à crise e atualização de salários, aprovado hoje na Assembleia Municipal.
As grandes opções do plano e orçamento deste município do distrito de Bragança foram aprovadas pela maioria socialista, com 33 votos a favor, 16 abstenções entre os eleitos do PSD e do CDS-PP e três votos contra, um da CDU e dois de eleitos de grupos de cidadãos.
Os 45,7 milhões de euros orçamentados são menos um milhão de euros que em 2022, e traduzem, “aumento da despesa corrente, em virtude do impacto da atual conjuntura económica internacional tendo em conta que a pandemia ainda não foi debelada e em que os efeitos do conflito armado na Ucrânia acentuam os problemas dos canais de abastecimento e o aumento dos preços da energia e de outros produtos essenciais às cadeias produtivas”.
As contas da Câmara foram explicadas à Assembleia Municipal pela presidente socialista, Júlia Rodrigues, que destaca as funções sociais para s quais está canalizado mais de metade do investimento, concretamente 56,52%.
Neste orçamento pesa, também as grandes obras do concelho transmontano financiadas por fundos comunitários e as atualizações e progressões nas carreiras da Função Pública, assim como novas contratações de pessoal para preencher dezenas de vagas abertas por aposentações.
A Câmara de Mirandela continuará a aplicar, em 2023, a taxa mínima de 0,3% de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e a redistribuir pelos contribuintes metade dos cinco por cento de Imposto sobre o Rendimento Singular (IRS) cobrado no concelho.
A Câmara de Mirandela está “oito milhões abaixo da taxa limite de endividamento, como foi referido na Assembleia Municipal.
O eleito da CDU, Jorge Humberto, justificou o voto contra por considerar que “olhar para este orçamento é olhar para o orçamento anterior”.
Tal como já tinha feito em reunião de câmara, a oposição PSD absteve-se também na votação na Assembleia Municipal, com o eleito Paulo Pinto a justificar o sentido de voto por considerar que este orçamento da maioria socialista “é nas suas grandes obras do PSD”.
Um dos independentes, José Carlos Teixeira, fez uma declaração de voto para clarificar que votou contra por o orçamento ficar “aquém da expectativa criada para as juntas de freguesia”.