Os portugueses são um povo de emigrantes desde o século XV, com especial incidência nos séculos XIX e XX, quando os fluxos migratórios para os Estados Unidos, Brasil, e depois França, se acentuaram.

O fenómeno teve um período de acalmia de cerca de três décadas, mas a crise e a falta de emprego levaram muitos a voltar a arriscar o futuro no estrangeiro. Temos compatriotas espalhados por 140 países de todo o mundo que totalizam cerca de cinco milhões, ou seja cerca de metade da população residente em Portugal.

França ainda é o país que mais portugueses acolhe, seguida do Brasil e dos Estados Unidos, mas o novo século alterou as rotas da emigração e os destinos passaram a ser Espanha, Reino Unido e Angola.

As estatísticas são escassas e pouco fiáveis, sobretudo na União Europeia, onde existe livre circulação de pessoas, mas sabe-se que, ao contrário do que aconteceu no passado, agora são os mais bem preparados que saem do País. Estima-se que todos os anos 75 mil portugueses emigrem e há até quem diga que serão perto de 100 mil nos últimos anos.

O certo é que, com a falta crescente de emprego, muitos mais vão deixar Portugal. Os portugueses são bons trabalhadores e os casos de sucesso no estrangeiro multiplicam-se, do futebol às empresas, passando pelos artistas e profissionais liberais e muitas vezes a nível de topo.

Ao Governo cabe criar as condições para que existam oportunidades de trabalho, não porque seja mau emigrar - nos Estados Unidos é normal ver pessoas de um Estado a estudar ou a trabalhar noutro diferente -, mas porque o seu papel deve ser de facilitador da actividade privada, a única que cria emprego e gera riqueza.

É a única forma de atrair talentos, nacionais ou estrangeiros, e evitar que os jovens saiam em massa, deixando o País cada vez mais envelhecido.



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