Os quatro emigrantes de Ribeira de Pena detidos na quarta-feira em Chaves por desobediência à quarentena foram hoje condenados a multas entre os 1.800 e os 6.000 euros, disse à Lusa fonte judicial.
Segundo a mesma fonte do Tribunal Judicial de Chaves, no distrito de Vila Real, dois dos detidos, empresários da área da construção civil, com empresas a laborar em Portugal, França e na Bélgica com mais de 100 trabalhadores, foram condenados a uma multa de 6.000 euros cada.
Os outros dois detidos, funcionários daqueles empresários, receberam uma pena de multa de 1.800 euros cada, acrescentou.
Após a sentença, um dos condenados explicou à Lusa que quando regressaram a Portugal decidiram alugar uma casa na região de Ribeira de Pena para “cumprir a quarentena” e “proteger os familiares”, saindo “apenas para fazer compras”.
“No primeiro dia que chegámos tivemos a visita da GNR para nos notificar da quarentena. Perguntámos se havia alguma forma de receber comida, alguma empresa de entregas, como UberEats e Glovo, e disseram-nos que não havia nada”, contou.
Segundo o empresário, que foi um dos condenados a 6.000 euros de multa, os quatro foram de carro a Chaves para fazerem compras, mas apenas um saiu da viatura e “devidamente protegido com máscara, luvas e gel desinfetante”.
O arguido pediu ainda que haja um melhor esclarecimento por parte das autoridades e que este caso deve ser visto “pelo lado positivo”, pelo facto de terem “alugado casa para fazer quarentena e não contaminar ninguém”.
“Perante esta situação era urgente esclarecerem as pessoas que estão a regressar a Portugal em relação à compra de alimentos e informar se podem ou não sair de casa para comprar comida”, vincou.
Os quatro homens, que trabalham na Bélgica, foram detidos pela PSP de Chaves por “desobediência e desrespeito à quarentena que foi imposta”, disse na quarta-feira à Lusa fonte da força policial.
Segundo o comandante da divisão de Chaves, Luís Alves, os emigrantes, com residência em Ribeira de Pena e com idades entre os 19 e 46 anos, entraram em território português dia 22 de março e foram notificados pela GNR presente na fronteira a permanecer em quarentena durante os 14 dias determinados por lei.