Na celebração das duas décadas do europeu de jet ski em Mirandela e naquela que já é considerada uma das melhores provas de sempre, António Branco denunciou falta de apoios.

 

Foram cerca de 65 os pilotos nacionais e estrangeiros a marcarem presença este fim de semana na capital portuguesa do jet ski. O Campeonato da Europa de JetSki e Motas de Água, que decorreu em Mirandela entre os dias 22 a 24 de Julho, recebeu atletas oriundos de 15 países, designadamente, Montenegro, Itália, Portugal, Áustria, França, Noruega, Espanha, Suécia, Hungria, Estónia, Suíça, Emiratos Árabes Unidos, Eslovénia, Sérvia e Rússia.

Numa organização da Federação Portuguesa de Motonáutica e da Promotora Livre, com o apoio do município de Mirandela, os portugueses conseguiram ouro, prata e bronze entre alguns dos melhores atletas do mundo. Assim, Em Motas de Água, Christophe Agostinho fechou com chave de ouro este Europeu ao subir ao 1.º lugar do pódio da classe Runabout GP1, garantindo desta forma a Medalha de Bronze. “Esta prova correu muito bem e estou contente de ter ganho em Mirandela. É a capital mundial do jet ski, é aquilo que os pilotos sempre dizem, é uma prova muito bonita e estou muito orgulhoso de ter ganho cá em Portugal, na nossa terra”, revelou o piloto nascido em França, filho de emigrantes, mas que com dupla nacionalidade optou por representar as cores nacionais. Christophe Agostinho ficou em terceiro no Campeonato da Europa, depois de ter tido a infelicidade de ter rebentado dois motores da sua mota na Croácia. Já no campeonato francês, vai à frente por 100 pontos, a uma prova do final, que terá lugar no mês de dezembro e no campeonato mundial ocupa, neste momento, o quarto lugar, a três provas do final, duas na China e a última, em dezembro, no Dubai. “A grande prova da Europa é em Mirandela porque o circuito é muito difícil, com muitas ondas, porque as ondas batem nas margens e vêm outra vez o que dificulta em muito a condução das motas de água, o seu controle e é uma prova muito exigente fisicamente”, acrescentou o piloto vencedor da prova na categoria rainha GP1, no final da competição.

Na classe Ski Junior 3.2, Diogo Barbosa sagrou-se Campeão da Europa 2016 nas águas do Rio Tua. O jovem piloto da Moto Galos de Barcelos, com apenas 11 anos, assinalou com uma vitória a revalidação do Titulo Europeu alcançado igualmente no ano findo, numa classe em que Matteo Valente conquistou a Medalha de Prata, e Tomás Silva subiu ao 3.º lugar do pódio na etapa transmontana. Prata, também, para Beatriz Curtinhal, 2.ª classificada em Ski Senhoras GP1, em Mirandela, e Bronze para Martim Gallego em Ski GP3, classe em que o açoriano Gonçalo Rodrigues ocupou o 3.º lugar do pódio na jornada portuguesa. Em Parallel Slalom coube ao madeirense Henrique Rosa Gomes amealhar o Bronze, o mesmo feito alcançado por Paulo Nunes em Freestyle. Refira-se, ainda, o 2.º lugar do pódio de Rui Sousa, em Ski GP2, e o 3.º de Filipe Filipe em Runabout GP4 nesta ultima prova do Europeu Aquabike 2016.

A nível organizativo, o autarca mirandelense lamentou a falta de apoios. “Se não fosse a Federação Portuguesa de Motonáutica e a Câmara Municipal de Mirandela e estivéssemos à espera das entidades oficiais para nos apoiarem, não tínhamos cá estes pilotos”, declarou António Branco, momentos antes da entrega dos troféus. Para o edil, “anda alguém distraído”, mas “pode ser que este ano olhem para isto e vejam isto de uma forma diferente porque o esforço que é feito, neste caso, pela Federação, de trazer cá os pilotos, e o esforço que nós fazemos para fazer uma prova internacional que tem esta competitividade ou é reconhecido ou então alguma coisa anda errado no desporto a nível nacional”. De acordo com o autarca, se existissem mais apoios, referindo-se à Fundação do Desporto, esta prova poderia ser elevada a um “patamar muito mais elevado”.

No entanto, a “prova do próximo ano está garantida”, quem o diz é António Branco e Frederico Silva, membro da Federação Portuguesa de Motonáutica. “Promover um evento destes, ao fim de 20 anos, em Mirandela, é uma roda que já está oleada e torna-se mais fácil, mas dá muito trabalho. É um ano inteiro. Posso dizer que amanhã começamos a preparar Mirandela 2017”, referiu Frederico Silva, que aproveitou para elogiar as condições naturais que a capital portuguesa do jet ski proporciona a todos os amantes da modalidade. “O jet ski nasceu para vir a Mirandela e enquanto noutros sítios falta sempre alguma coisa, aqui não falta nada”, terminou o responsável.

 

Equipa de reportagem:

Jornalista / Vídeos: Bruno Mateus Filena

Fotografias Notícia: António Pereira

Galeria Fotográfica: Luís Ferreira

 

Galeria fotográfica em: http://www.diariodetrasosmontes.com/fotogaleria/jetsky-em-mirandela

 


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